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“Risco altíssimo”, diz analista sobre comprar ações da Americanas

Maria Antônia Anacleto
Diego Lazzaris

As ações da Americanas (AMER3) vivem um momento complicado na Bolsa de Valores. Depois de desabarem mais de 90% poucos dias após o anúncio do escândalo contábil de R$ 20 bilhões, os papéis agora operam com bastante volatilidade.

Após atingirem a mínima de R$ 0,71 no dia 20 de janeiro, as ações dispararam 188% até R$ 2,09 no fechamento do dia 2 de fevereiro – chamando atenção de alguns investidores que gostam de “apostar” e fazer operações especulativas. No dia seguinte, porém, os papéis despencaram quase 20%.

Com o andamento do pedido de recuperação judicial e a briga com os credores – que já mostraram que não vão aceitar facilmente um calote na casa dos bilhões de reais – a tendência é que o papel continue neste sobe e desce desenfreado, o que representa um risco extremamente elevado para qualquer investidor.

Os riscos [de comprar ações agora] são altíssimos, não há garantias de que a companhia terá sucesso na recuperação judicial e há baixa visibilidade e falta de transparência” afirma Niels Tahara, head de análise fundamentalista da Benndorf Research, em entrevista ao Money Crunch.

Tahara destaca que a situação da empresa é bastante complicada e que as perspectivas ainda são nebulosas. “Mesmo antes do rombo, a companhia já passava por diversos desafios operacionais, tendo dificuldade em manter a rentabilidade e sofrendo com um cenário macroeconômico e setorial bastante adverso, dentro de um ambiente competitivo muito agressivo paro o varejo e principalmente no e-commerce, com margens bastante reduzidas”, afirma.

Agora, ele lembra que a companhia vai precisar de um aporte de capital, além de renegociar a dívida com credores e apresentar um plano de reestruturação inicial da RJ. “A perspectiva é que o plano apresente maiores detalhes sobre a estratégia da empresa para sair da crise”, afirma.

Diante disso tudo, não há nenhuma garantia de que a Americanas consiga equalizar o problema. “Ela pode entrar em liquidação e ir à falência. Neste caso, os acionistas estão em último na lista de preferência em uma eventual liquidação”, alerta.

Entre em contato com a redação Money Crunch: [email protected]

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