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Alta do S&P500 no ano tem um motivo: o avanço da Inteligência Artificial

O S&P500, índice de ações mais importante dos Estados Unidos, registrou valorização de mais de 11% entre janeiro e junho deste ano. Olhando apenas para este número, parece que uma boa parte das 500 ações que compõe o índice teve alta nestes primeiros seis meses do ano. Mas não é bem assim.

Praticamente toda essa valorização está ancorada no bom desempenho de sete grandes empresas de tecnologia: Meta, Amazon, Microsoft, Google, Tesla e Nvidia. Juntas, estas companhias registram alta bem mais expressiva, como mostra o gráfico a seguir, apresentado pelo gestor João Luiz Braga, sócio da Encore Asset Management, em live.

“Estas sete empresas estão passando por aquilo que talvez seja o segundo maior salto tecnológico dessa geração, com a inteligência artificial (AI). [esse movimento] só perde para o salto com o início da internet”, afirmou Braga.

A Nvidia chamou atenção nos últimos dias depois que suas ações dispararam e a companhia conseguiu atingir valor de mercado de US$ 1 trilhão.  “Vemos a Nvidia como o coração e os pulmões da revolução da IA”, disse Dan Ives, analista da Wedbush Securities, no final de maio.

A empresa, que fabrica chips de alta tecnologia, aposta cada vez mais na Inteligência Artificial para melhorar o desempenho e a eficiência dos seus processadores.

Outra gigante que tem investido pesado em IA é a Microsoft. Entre as novidades da companhia fundada por Bill Gates está o lançamento do buscador Bing com sistema de inteligência artificial, anunciado há alguns meses.

Em seu relatório anual sobre “Tendências de Trabalho”, a Microsoft destacou os avanços da inteligência artificial no ambiente corporativo. “As organizações que adotam a IA liberam a criatividade e a produtividade para todos, dando início a uma nova onda de crescimento da produtividade e criação de valor”, destacou a companhia.

“Esta nova geração de IA eliminará o trabalho penoso e liberará a criatividade”, disse Satya Nadella, presidente e CEO da Microsoft. “Existe uma enorme oportunidade para que ferramentas baseadas em IA ajudem a capacitar funcionários”, continuou o executivo.

Menções nas calls de resultados

A importância cada vez maior que estas grandes empresas de tecnologia estão dando para a Inteligência Artificial ficou clara nas calls de apresentação dos resultados trimestrais das big techs.

As 4 big techs que reportaram seus resultados ainda no mês de abril foram Alphabet (dona do Google), Meta (dona do Facebook e Instagram), Microsoft e Amazon. A Apple optou por divulgar seus números no dia 4 de maio, e não aparece neste levantamento.

Nas conferências para apresentação dos balanços das quatro companhias que apresentaram resultados em abril (Alphabet (dona do Google), Meta (dona do Facebook e Instagram), Microsoft e Amazon), o termo Inteligência Artificial foi citado 186 vezes no total, como mostra o gráfico a seguir:

A Alphabet foi a empresa que mais fez citações à tecnologia, com 65 menções. Durante a teleconferência de apresentação dos resultados, Sundar Pichai, CEO da companhia, destacou que a IA representa uma “incrível oportunidade” para consumidores, parceiros e todo o negócio da Alphabet. “Eu comparo com a transição bem-sucedida que fizemos do desktop para a computação móvel uma década atrás”, afirmou.

Segundo especialistas, a tendência é que os investimentos em Inteligência Artificial continuem aumentando. Nas empresas cujo foco do negócio é justamente a tecnologia, a IA permite a automatização de processos, aumentando a eficiência e reduzindo os custos operacionais.

“Essa eficiência se traduz em maior lucratividade e permite que as empresas invistam em outras áreas, como pesquisa e desenvolvimento. A IA possibilita a análise de grandes volumes de dados, permitindo que as Big Techs compreendam melhor as necessidades e preferências de seus usuários. Isso possibilita a criação de produtos e serviços personalizados que atendam às expectativas do público, resultando em maior satisfação do cliente e fidelidade à marca”, afirma Fernando Fleury, fundador e CEO da deep tech Armatore Market + Science, em entrevista ao Money Crunch.

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