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A visão do Fundo Verde para as principais classes de ativos

As últimas semanas foram de alta significativa no mercado acionário brasileiro, enquanto as taxas de juros futuras e o dólar tiveram queda expressiva.

Por trás desses movimentos está uma menor pressão inflacionária observada na última leitura do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que ficou em 0,23% em maio. Com isso, as apostas para o início da queda de juros em agosto aumentaram e o mercado já precificou na curva.

Com a possibilidade de queda de juros antecipada o mercado acionário também reagiu e o Ibovespa, principal índice de ações da B3, teve alta de quase 10% nos últimos 30 dias.

O Fundo Verde, um dos principais fundos multimercados do país, divulgou sua carta mensal aos cotistas, traçando seu cenário para as principais classes de ativos.  Em maio, os gestores afirmam que o fundo teve ganhos nas posições ações no Brasil e em operações de juros nos EUA. Já as perdas vieram do hedge em inflação implícita no Brasil, das posições de commodities, juros na Europa e inflação americana.

Segundo eles, este ganho no mercado acionário aconteceu em um momento em que o Brasil viveu uma precificação mais “construtiva” dos ativos.

“O arcabouço fiscal evoluiu numa direção positiva na Câmara, o crescimento do PIB do primeiro trimestre foi substancialmente acima do esperado pelo consenso, e a inflação tem surpreendido para baixo. Os contornos estão bem estabelecidos para o início do ciclo de corte de juros (provavelmente) em agosto. Isso tem feito com que o mercado mais atrasado na redução de prêmio de risco brasileiro, o acionário, finalmente começasse a performar bem”, aponta a carta.

Diante deste cenário, a equipe acredita que as ações têm espaço para continuar com boa performance e a opção foi manter em torno de 20% alocado ao mercado local.

Nos EUA, a equipe de gestão destacou que os dados de emprego continuam pujantes, e a contração de crédito – esperada após os choques no sistema bancário americano – ainda não aconteceu.

“Estes fatores mantém o Federal Reserve sob pressão para continuar subindo o juro. A expectativa dos mercados hoje é que o Fed pule a reunião de junho, mas suba o juro mais 0.25% na reunião de julho”, afirmam.

Atualmente, o Verde mantém pequena exposição comprada em bolsa global, além da alocação no mercado brasileiro. Ainda no Brasil, a posição comprada em inflação implícita no Brasil foi mantida pela equipe.

“Estamos tomados em juros na parte curta da curva e comprados em inflação nos EUA, e tomados no Japão. A posição em ouro foi mantida, e assim como a pequena alocação em petróleo. As posições em crédito high yield global foram marginalmente aumentadas e aquelas em crédito local foram mantidas”, aponta a carta.

No mês de maio, o Verde teve valorização de 0,89%, enquanto o CDI registrou alta de 1,12%. No ano, o fundo acumula valorização de 3,23%, ante 5,37% do CDI.

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