Os fundos multimercados tiveram resgates líquidos de R$ 41 bilhões e os fundos de ações de R$ 31,9 bilhões no primeiro trimestre de 2022, de acordo com dados da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais). Mesmo assim, a indústria de fundos fechou o primeiro trimestre com captação líquida positiva (diferença entre aplicações e resgates) de R$ 46,1 bilhões.
A alta na captação foi impulsionada pelos fundos de renda fixa, que tiveram saldo líquido de R$ 109,2 bilhões. O resultado é o maior para o período dos últimos cinco anos.
“A alta na captação dos fundos de renda fixa e as saídas das classes de ações de multimercados são movimentos esperados pelo mercado com a Selic em 11,75% e vistos desde a metade do ano passado. Os investidores reavaliaram suas alocações, mas essa situação não é perene”, afirma Pedro Rudge, diretor da Anbima.
Número de contas
As contas de fundos cresceram 17,4% nos três primeiros meses do ano, passando de 26,8 milhões para 31,5 milhões, de acordo com a Anbima.
O resultado foi influenciado, principalmente, pelos fundos imobiliários, com aumento de mais de 2 milhões de contas.
Rentabilidades acumuladas no trimestre
Na classe de renda fixa, todos os tipos de fundos fecharam o primeiro trimestre no azul. A maior alta ficou com os fundos renda fixa duração alta grau de investimento (que investe 80% em títulos públicos federais e/ou ativos com baixo risco de crédito) com 4,4%.
Quase todos os tipos de fundos de ações tiveram retornos positivos – ficou de fora o tipo investimento no exterior. Lembrando que o Ibovespa subiu 14,5% no período.
O tipo ações dividendos (que aplica em ações de empresa com histórico de pagamento de dividendos consistentes) teve valorização de 14,1%, seguido do tipo indexado (acompanham as variações dos indicadores de renda fixa) com 13,5%.