O mercado de crédito brasileiro segue com o sinal de alerta ligado depois do escândalo contábil com as Americanas e de outras empresas que anunciaram problemas com a rolagem de dívidas, como a Light e a Lojas Marisa.
Para os gestores do Fundo Verde, comandado por Luis Stuhlberger, pode haver uma crise à vista. “Há sinais de um incipiente credit crunch (crise de crédito) atingindo a economia brasileira, cujo enfrentamento requer boas políticas públicas e não bravatas”, diz a carta de gestão referente ao mês de fevereiro.
“Não por acaso os prêmios de risco dos ativos brasileiros seguem bastante altos”, continua a equipe de gestão da Verde Asset.
Ainda de acordo com os gestores, o mercado brasileiro, em meio a um pano de fundo mais complexo [da economia global], segue focado no barulho gerado pelo novo governo. “Mesmo medidas corretas da perspectiva fiscal, como a reoneração dos combustíveis, conseguem ser acompanhadas de graus excessivos de ruído desnecessário e contraproducente, neste caso a taxação das exportações de petróleo e os reiterados ataques ao Banco Central”, afirmam.
A carta de fevereiro aponta que o fundo manteve exposição na bolsa brasileira, e voltou a implementar hedges na bolsa americana.
“A posição comprada em inflação implícita no Brasil foi mantida, zeramos o risco tomado em juros na Europa, e iniciamos posições tomadas em juros e compradas em inflação nos EUA. Continuamos comprados em ouro e petróleo, mas encerramos a posição vendida no Euro contra compra de Real. As posições em crédito high yield global e crédito local foram mantidas”, aponta o Fundo Verde.