Os fundos de ações estão enfrentando um ano difícil e boa parte dos gestores não conseguiu superar o Ibovespa, principal referencial para este tipo de fundo no Brasil.
De acordo com dados mais recentes da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), referentes ao dia 11 de maio, quase todos os tipos de fundos de ações estavam com desempenho negativo no ano – a exceção são os fundos monoativos – que compram apenas uma ação e são considerados produtos totalmente inadequados para aplicação – e os fundos de dividendos.
Enquanto o Ibovespa registrou queda de 0,41% entre o dia 1° de janeiro e 11 de maio, a desvalorização dos fundos de ações varia entre -1,32% (Ações Indexados) e -23,73% (Ações Setoriais).
Estes mesmos fundos chegaram a ter um desempenho melhor no começo do ano, quando o Ibovespa chegou a atingir a faixa dos 120 mil pontos.
No entanto, a valorização não se sustentou e a rentabilidade dos fundos caiu à medida em que o principal indicador de ações do país também perdia força.
Nas cartas enviadas a cotistas referentes ao mês de abril, muitos gestores destacaram que o cenário macroeconômico continua bastante desafiador, com baixo crescimento e inflação elevada.
O ano eleitoral e as incertezas em relação pleito também pesam para boa parte dos gestores, que estão tentando manter alguma clareza nas posições e fugir da volatilidade comum neste tipo de cenário.
No âmbito global, inflação e baixo crescimento também pesam para os profissionais que fazem a gestão de fundos. Uma das principais perguntas que os gestores se fazem é sobre o tamanho do aperto monetário dos EUA, que precisam subir os juros para conter a inflação recorde do país.
A despeito de tudo isso, para quem ainda está montando o portfólio e pensa em alocar parte do capital em fundos de ações, é importante avaliar bem o momento e lembrar que estamos em uma transição de ciclo de alta para baixa. As perspectivas, portanto, ainda não são favoráveis para aplicação nesta classe de ativos.
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