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Entenda como funcionam os “CDBs” norte-americanos e saiba investir

Aqui no Brasil, o CDB (Certificado de Depósito Bancário) é uma das aplicações mais populares que existem. Mas você sabia que os Estados Unidos possuem títulos bem parecidos, que são chamados de CDs (Certificados de Depósitos)?

Estes papéis vêm se tornando mais populares nos EUA, por conta do aumento dos juros no país – o que consequentemente também aumenta a remuneração dos ativos de renda fixa.

Atualmente, a taxa de juros norte-americana está no intervalo de 4,75% a 5% ao ano, maior patamar desde 2008. A previsão de boa parte do mercado é que as taxas sejam ajustadas em mais 0,25 ponto na próxima reunião do Fed (Federal Reserve), marcada para maio.

Rafael Haddad, planejador financeiro do C6 Bank, afirma que os CDs são boas opções para os investidores brasileiros dolarizarem uma parte da carteira, o que atende tanto o objetivo de quem busca diversificação quanto o de quem quer proteção em moeda americana.

Além disso, ele destaca que o momento é oportuno para que os investidores tenham uma parte da carteira em renda fixa americana. Como os juros americanos já estão em patamar elevado, os prêmios oferecidos pelos CDs também estão atrativos. “Além de travar uma taxa prefixada elevada por mais tempo, ainda há a vantagem cambial. O retorno para o cliente é maior quando o dólar se valoriza”, explica.

Preço do dólar

Recentemente, o dólar registrou uma desvalorização importante e apesar de ter recuperado parte das perdas nos últimos dias, a divisa ainda tem queda acumulada de 4,5% em 2023.

Para especialistas, aproveitar janelas como essa pode ser interessante para investidores que querem construir um patrimônio robusto em moeda forte. Mas o mais importante é manter a constância das aplicações, visando sempre um horizonte maior de tempo.

“A diversificação internacional da carteira é um objetivo que deve ser perseguido no longo prazo, pois é estratégica para a preservação e ampliação do patrimônio”, afirma Igor Rongel, head de investimentos do C6.  “Pelo mesmo motivo, quem investiu com o dólar mais caro, por exemplo, não deve se preocupar. O patrimônio segue investido em moeda forte, no maior mercado do mundo e deve se valorizar ao longo do tempo”, continua o especialista.

Como funciona

Ao comprar CDs, o investidor mantém o valor aplicado por um período determinado de tempo. Depois desse período, o valor investido é devolvido acrescido de juros, da mesma forma que acontece com os CDBs brasileiros.

A Avenue, corretora com sede nos Estados Unidos, explica que normalmente os CDs remuneram o investidor com taxas prefixadas, que são definidas no momento da compra do papel.

O prazo pode variar bastante, desde títulos com vencimento em apenas 30 dias, quanto aqueles que têm um vencimento dentro de alguns anos. Quanto maior o prazo, maior tende a ser a remuneração oferecida pela instituição emissora.

Um benefício interessante é que o CD tem garantia do FDIC (Federal Deposit Insurance Corporation), entidade que funciona como o FGC (Fundo Garantidor de Créditos) no Brasil.

Em caso de falência do banco emissor, o FDIC também garante os investimentos até determinado limite, que é de US$ 250 mil.

Os brasileiros conseguem acessar os CDs através de plataformas de instituições como a própria Avenue e o C6.

Norte-americanos estão deixando “conta-corrente” de lado e procurando opções rentáveis

Thomas Wu, economista-chefe, da Itaú Asset Management, afirma que com o aumento da inflação – que tem corroído o poder de compra nos EUA –  os norte-americanos estão deixando de lado a conta-corrente (que não paga nenhuma remuneração) para procurar aplicações de renda fixa, mesmo para aquele dinheiro que fica parado por pouco tempo no banco.

“O americano ‘não sabia’, até pouco tempo atrás, o que era inflação, tampouco o que era ter juros altos. Então eles ‘davam dinheiro’ de graça para o banco, deixando alguma quantia na conta sem nenhum rendimento. Mas isso vem mudando, e eles estão procurando alternativas de depósito que ofereça remuneração”, afirmou Wu , durante live.

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