Como tentativa de tranquilizar os investidores preocupados com o custo de uma planejada reestruturação, e também tentar demonstrar sua força financeira, o banco Credit Suisse recomprará até 3 bilhões de francos suíços (3 bilhões de dólares) em dívida.
Na última semana, em meio à rumores de que a instituição talvez precise levantar capital na ordem de bilhões de francos, fazendo com que as ações e os títulos caíssem bruscamente, especulações sobre o futuro do banco suíço ganharam destaque nas mídias sociais.
O Credit Suisse anunciou uma oferta de recompra de 1 bilhão de euros em dinheiro de oito títulos de dívida sênior denominados em euros ou libra esterlina e outra oferta para recompra de 12 títulos de dívida sênior denominados em dólares por até 2 bilhões de dólares.
A estratégia de recompra reduz as dívidas e é uma tentativa de aumentar a confiança de investidores, ainda que questões centrais sobre sua reestruturação – e se precisará ou não de capital novo para financiá-la – permaneçam em aberto.
Em comunicado, o banco disse que a operação “nos permite aproveitar as condições de mercado para recomprar dívida a preços atraentes”.
Por volta das 10h15 (horário de Brasília) desta sexta (7), as ações do Credit Suisse subiam 5,2%, a 4,44 dólares cada. O preço de seus títulos denominados em euros também avançava mais cedo.
Segundo Christian Schmidiger, analista do banco Zuercher Kantonalbank, os títulos estão sendo negociados atualmente com um alto desconto, o que permitiu ao Credit Suisse reduzir a dívida a um custo baixo. Ele afirmou ainda que a medida também foi um “sinal de que o Credit Suisse tem liquidez suficiente”.
A notícia da recompra veio à tona depois que fontes disseram recentemente à Reuters que o Credit Suisse estava sondando investidores em busca de financiamento, abordando-os pela quarta vez em cerca de sete anos.
O que está acontecendo com o banco?
Considerado como um dos maiores bancos da Europa, o Credit Suisse está tentando se recuperar de uma série de escândalos, incluindo um prejuízo de mais de 5 bilhões de dólares com o colapso da empresa de investimentos Archegos no ano passado.
Sob administração de Axel Lehmann, presidente do conselho de administração, o banco prevê encolher seu negócio de banco de investimento para se concentrar ainda mais em gestão de patrimônio.
Apenas nos últimos três trimestres, os prejuízos do Credit Suisse somaram quase 4 bilhões de francos suíços. Por conta das incertezas, os custos de financiamento dispararam.
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