De acordo com o levantamento Raio X do Investidor, da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) a Geração Z (pessoas que nasceram entre 1990 e 2010) está mais aberta aos riscos de mercado, mirando investimentos em criptomoedas e ações como parte de seus portfólios.
No estudo, a Anbima procurou conhecer o perfil dos investidores, como e onde buscam informações para investir. Ao todo, participaram 5.878 pessoas.
Segundo Marcelo Billi, superintendente de Comunicação, Certificação e Educação de Investidores da Anbima, ficou claro que os mais jovens consideram correr mais riscos, inclusive com criptomoedas.
“Um traço importante é o fato de os investidores mais jovens estarem arriscando e experimentando mais, tendo um interesse muito grande, por exemplo, em criptomoedas. Ter uma carteira um pouco mais arriscada faz sentido quando se é jovem: você tem o tempo a seu favor. O que precisamos sempre lembrar é que isso faz sentido dentro de uma carteira diversificada, sem estar exposto só a um risco específico e com um portfólio que esteja adequado aos seus objetivos.”
disse o superintendente
Na análise sobre a Geração Z, o que chama atenção não é apenas sobre as criptomoedas, mas também sobre deixar guardar dinheiro – refletindo uma possível desconfiança nas instituições financeiras tradicionais.
Billi também pontou sobre o interesse da geração em canais digitais como fonte de informações, principalmente o YouTube.
“Os dados sobre o acesso a canais digitais da Geração Z mostram realmente um ponto de inflexão, com um número muito mais significativo do que as demais gerações aderindo aos canais digitais para buscar informações, decidir como e onde aplicar e implementar essa decisão.”
Por fim, quando questionados sobre conhecimentos em instituições financeiras tradicionais, os entrevistados pertencentes à Geração Z também se mostraram mais familiarizados com bancos digitais – aqueles que não possuem agências.
A pesquisa, já em sua 5ª edição, foi realizada em parceria com o Datafolha, entrevistando investidores desde novembro do ano passado. A amostra de entrevistados contou com pessoas das classes A/B, C e D/E, com 16 anos ou mais de todas as cinco regiões do Brasil.
Dos 5.878 entrevistados, 5.604 pessoas declararam conhecer algum tipo de investimentos, sendo que 1.761 já investiram e outros 1.522 já procuram informações sobre o tema.