O Fundo Verde, um dos principais fundos multimercados do país, também registrou perdas com o escândalo contábil da Americanas. De acordo com a carta mensal enviada aos cotistas, o Verde havia comprado debêntures da empresa na emissão de junho de 2022, com remuneração de CDI + 2,75% e vencimento em 11 anos. A exposição era de 15bps do capital do fundo.
“Decidimos investir por considerar que havia um excesso de spread em relação a empresas comparáveis e ao próprio histórico da companhia. Como em todo investimento de crédito do fundo, analisamos o balanço da companhia (que mostrava um endividamento líquido de menos de três vezes o EBITDA), o histórico da companhia, seus acionistas controladores, time de gestão e as perspectivas do negócio”, diz a carta.
Para a gestora, que atua sob o comando de Luis Stuhlberger, o que aconteceu com a Americanas foi uma fraude e a empresa errou ao afastar a diretoria apenas na semana passada.
“Beira o inacreditável que somente 23 dias após o fato relevante, que alguém da companhia, seja na área financeira, seja na alta gestão, tenha sido afastado. Temos a maior fraude da histórica corporativa do Brasil, um buraco de mais de vinte bilhões de reais, e a gestão financeira da companhia (com exceção da recém empossada CFO) continuou sendo feita pelas mesmas pessoas durante todo o período seguinte”, criticam a equipe do fundo.
Agora, os próximos passos devem ser discutidos na justiça. “Há quanto tempo que esta fraude existe, quem foram os principais responsáveis e beneficiários, é assunto que será amplamente discutido e explorado no Judiciário. A Verde, em conjunto com outros debenturistas, vai exercer seu dever fiduciário de preservar o melhor interesse dos cotistas”, aponta o texto.