No último domingo, (22), Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, trio de acionistas da Americanas, publicaram uma nota afirmando que não tiveram conhecimento das inconsistências contábeis da companhia que levaram ao rombo bilionário.
O documento aponta que os acionistas estão empenhados “em trabalhar pela recuperação da empresa, com a maior brevidade possível, focados em garantir um futuro promissor”.
Lemann, Telles e Sicupira alegaram que, assim como investidores e credores, tiveram prejuízos como acionistas após a descoberta do rombo. Segundo eles, “tudo estava absolutamente correto”.
Sergio Rial, ex-CEO da Americanas, declarou que o “risco sacado” que levou a Americanas à dívida de R$ 43 bilhões, admitida pela própria companhia, teria sido arrastado por cerca de 7 a 9 anos.
De acordo com a nota publicada pelo trio, tanto os auditores da PwC quanto os bancos que mantinham operações jamais denunciaram qualquer irregularidade nas contas da companhia nos últimos anos.
Confira a nota na íntegra divulgada por Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira:
No dia 11 de janeiro de 2023, por meio de “fato relevante”, a Americanas S.A. tornou pública a existência de significativas inconsistências em sua contabilidade. Desde então, sempre com transparência e imediatismo, vários esforços vêm sendo feitos para o correto tratamento dos desafios que hoje se colocam à empresa.
Usamos dessa mesma clareza para esclarecer de modo categórico e a bem da verdade que:
1) Jamais tivemos conhecimento e nunca admitiríamos quaisquer manobras ou dissimulações contábeis na companhia. Nossa atuação sempre foi pautada, ao longo de décadas, por rigor ético e legal. Isso foi determinante para a posição que alcançamos em toda uma vida dedicada ao empreendedorismo, gerando empregos, construindo negócios e contribuindo para o desenvolvimento do país.
2) A Americanas é uma empresa centenária e nos últimos 20 anos foi administrada por executivos considerados qualificados e de reputação ilibada.
3) Contávamos com uma das maiores e mais conceituadas empresas de auditoria independente do mundo, a PwC. Ela, por sua vez, fez uso regular de cartas de circularização, utilizadas para confirmar as informações contábeis da Americanas com fontes externas, incluindo os bancos que mantinham operações com a empresa. Nem essas instituições financeiras nem a PwC jamais denunciaram qualquer irregularidade.
4) Portanto, assim como todos os demais acionistas, credores, clientes e empregados da companhia, acreditávamos firmemente que tudo estava absolutamente correto. 5) O comitê independente da companhia terá todas as condições de apurar os fatos que redundaram nas inconsistências contábeis, bem como de avaliar a eventual quebra de simetria no diálogo entre os auditores e as instituições financeiras.
6) Manifestamos mais uma vez nosso compromisso de integral transparência e de total colaboração em tudo que estiver ao nosso alcance para esclarecer todos os fatos e suas circunstâncias.
7) Lamentamos profundamente as perdas sofridas pelos investidores e credores, lembrando que, como acionistas, fomos alcançados por prejuízos.
8) Reafirmamos o nosso empenho em trabalhar pela recuperação da empresa, com a maior brevidade possível, focados em garantir um futuro promissor para a empresa, seus milhares de empregados, parceiros e investidores e em chegar a um bom entendimento com os credores.
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