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Ações de varejo estão entre as principais baixas da bolsa no ano; perspectivas são desafiadoras

As empresas varejistas focadas em tecnologia (Market place) enfrentam um ano difícil na Bolsa brasileira e as ações das empresas do setor figuram entre as maiores quedas do Ibovespa em 2022. Impactadas pelo aumento dos juros, inflação elevada e perspectivas difíceis no cenário econômico, empresas como Magalu, Americanas e Via Varejo acumulam quedas de até 64% este ano.

Os resultados do terceiro trimestre destas empresas contribuíram para um maior pessimismo dos investidores. A Via Varejo (VIIA3), por exemplo, registrou prejuízo líquido contábil de R$ 203 milhões.

O GMV (Gross Merchandise Volume, ou Volume Bruto de Mercadorias)  da companhia, considerado um dos principais indicadores do setor, teve queda de 8% na base anual. Considerando apenas o GMV do e-commerce, a redução foi de 21%. “A Via reportou um conjunto fraco de resultados no terceiro trimestre”, afirmaram os analistas do BTG Pactual, em relatório.

Na mesma linha, os resultados da Magalu (MGLU3) também decepcionaram o mercado, na opinião dos analistas da XP Investimentos, com prejuízo líquido de R$ 146 milhões no terceiro trimestre do ano.

Segundo o relatório de análise, os números foram impactados pelo maior nível de despesas financeiras frente às taxas de juros mais elevadas no período, além de um impacto negativo da Luizacred explicado por um maior nível de inadimplência. 

“Destacamos ainda que a empresa apresentou uma leve queima de caixa no trimestre de R$ 120 milhões”, aponta a XP.

Para a equipe de análise, as perspectivas seguem desafiadoras, já que a performance de bens duráveis deve se manter pressionada frente ao cenário macro instável e taxas de juros mais altas, pressionando o poder de compra e apetite por financiamentos dos consumidores.

Já a Americanas (AMER3) registrou um prejuízo líquido de R$ 212 milhões no terceiro trimestre de 2022.  A companhia reportou um GMV online de R$ 8,5 bilhões, queda de 14% na comparação anual e 3% abaixo de expectativa do BTG Pactual.

Na opinião dos analistas, os resultados operacionais da empresa pintaram um quadro preocupante em relação à receita e ao fluxo de caixa.

“Após a recente correção (afetando a maioria das ações de tecnologia globalmente), uma possível expansão de múltiplos de AMER3 (com desconto em relação a seus pares, com a ação caindo 60% no acumulado do ano) dependerá da consistência nos próximos trimestres em sua operação de lojas físicas (também um destaque negativo no trimestre) e em meio a um mercado de e-commerce brasileiro bastante competitivo”, afirma o BTG.

Com um foco grande no Market place, as varejistas também são consideradas ações do setor de tecnologia.

Para o BTG, além do debate global em torno da espiral inflacionária e do aumento das taxas de juros, com impacto no custo do capital próprio, três preocupações principais pesaram sobre as ações de tecnologia no Brasil  – e devem persistir nos próximos meses: a tendência de crescimento mais fracas no e-commerce local, a concorrência de players nacionais e internacionais e preocupações com níveis de margem sustentáveis.

“Continuamos cautelosos com o e-commerce brasileiro no curto prazo”, afirmam os analistas.

Desempenho das ações no ano:

Americanas (AMER3)

-64,44%

Magalu (MGLU3)

-52,63%

Via Varejo (VIIA3)

-57,33%

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