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“Twitter Files” aponta banimento e “lista negra” de usuários da rede social

Menos interação dos usuários, menor alcance das postagens e uma série de outros “castigos” que teriam sido impostos pelo Twitter estão sendo divulgados pelo chamado “Twitter Files” (ou “Arquivos do Twitter”, em tradução direta para o português), que consistem em tópicos (“threads”) que expõem documentos internos da rede social.

Já em sua quinta parte, as informações fazem parte de um trabalho investigativo conduzido pelos jornalistas Matt Taibbi e Bari Weiss, e também pelo autor Michael Shellenberger.

A revelações mostram decisões tensas tomadas por executivos de alto escalão do Twitter, envolvendo censura de uma reportagem publicada pelo New York Post, filtragem de informações para os usuários e a banição da conta do ex-presidente Trump.

Abaixo, entenda a ordem cronológica de postagem de cada parte do “Twitter Files”, e o que cada uma revelou para a rede de usuários:

Parte 1 do Twitter Files: o bloqueio da história do laptop de Hunter Biden

A primeira “thread” do Twitter Files veio à tona no dia 2 de dezembro, e foi publicada na conta do jornalista Matt Taibbi.

Com 36 tweets, a lista mostra uma série de e-mails na forma de capturas de tela com discussões internas feitas para censurar a história de Hunter Biden na plataforma.

O que você está prestes a ler é a primeira parte de uma série, baseada em milhares de documentos internos obtidos por fontes no Twitter. Os “Arquivos do Twitter” contam uma história incrível de dentro de uma das maiores e mais influentes plataformas de mídia social do mundo. É um conto Frankensteiniano de um mecanismo construído pelo homem que cresceu sob o controle de seu projetista.

diz Taibbi no início da lista

O caso de Hunter Biden, filho do presidente norte-americano Joe Biden, foi relatado pelo New York Post em 14 de outubro de 2020. A reportagem acusou o filho de Joe Biden de corrupção em negócios no exterior.

Qual a relação do Twitter com tudo isso?

Matt Taibbi mostrou que a rede social teria atuado para beneficiar os democratas na eleição presidencial de 2020 nos Estados Unidos.

Segundo o jornalista, as supostas capturas de tela de e-mails internos surgiram apenas agora pois, naquela época, o Twitter argumentou que censurou a história por violar sua política de “materiais hackeados”.

O Twitter tomou medidas extraordinárias para suprimir a história, removendo links e postando avisos de que poderiam ser ‘inseguros’. Eles até bloquearam sua transmissão por mensagem direta, uma ferramenta até então reservada para casos extremos, como, por exemplo, pornografia infantil.

afirmou o jornalista

Parte 2: listas secretas do Twitter

O Twitter Files segue com mais uma trhead, publicada quase uma semana após a primeira, no dia 8 de dezembro. Dessa vez, quem trouxe as revelações internas da plataforma foi a jornalista Bari Weiss.

A investigações mostraram que a rede social colocava usuários em uma “black list”, que limitava a interação e a visibilidade desses perfis pela rede social.

Uma nova investigação #TwitterFiles revela que equipes de funcionários do Twitter constroem listas negras, evitam que tweets desfavorecidos se tornem tendências e limitam ativamente a visibilidade de contas inteiras ou até mesmo tópicos de tendências – tudo em segredo, sem informar os usuários.

diz a jornalista

Na lista de 30 tweets, Weiss cita alguns usuários que foram alvos desta lista e prejudicados de diferentes formas, como o apresentador Dan Bongino, o ativista Charlie Kirk e o advogado Dr. Jay Bhattacharya.

Parte 3: a remoção da conta de Donald Trump

A terceira parte do Twitter Files foi postada em 9 de dezembro. O autor da thread é o mesmo da primeira, o jornalista Matt Taibbi.

Desta vez, Taibbi revelou detalhes sobre os eventos que levaram à banição da conta do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, do Twitter. Ao longo da thread de 27 tweets, o jornalista destaca as interações entre ex-executivos do Twitter e agências federais que levaram à expulsão de Trump da plataforma.

A conta de Trump foi suspensa pela plataforma em 8 de janeiro de 2021, devido ao risco de novo incitamento à violência. Neste ponto, Taibbi afirma que os executivos do Twitter estavam preparados para banir futuros presidentes, incluindo talvez até Joe Biden. No processo, o Twitter violou suas próprias políticas.

Os documentos expõem que parte da pressão para se banir a conta do ex-presidente Trump veio de forças externas, de políticos e celebridades, que ao longo da thread são mencionados. Nas conversas, entre os responsáveis pela área da rede social, executivos discutem novas regras reguladoras para enquadrar o caso de Trump.

Portanto, o jornalista expõe que a banição de Trump foi feita “sob medida”.

Assim que terminaram de banir Trump, os executivos do Twitter começaram a processar novos poderes. Eles se prepararam para banir futuros presidentes e Casas Brancas – talvez até mesmo Joe Biden. A “nova administração”, diz um executivo, “não será suspensa pelo Twitter, a menos que seja absolutamente necessário”.

disse o jornalista

O jornalista alega que os executivos do Twitter tinham relações próximas com agências federais e moderavam ativamente o conteúdo a pedido de seus representantes.

Parte 4: a sequência da expulsão de Trump do Twitter

O escritor Michael Shellenberger é o autor da quarta parte do Twitter Files, que foi publicada no último sábado, 10 de dezembro.

As revelações desta thread dizem respeito às reações dos funcionários ao incidente de 6 de janeiro no Capitólio dos Estados Unidos, que levou ao banimento de Donald Trump em 8 de janeiro de 2021.

Shellenberger compartilhou capturas de tela de uma conversa em 7 de janeiro entre o ex-chefe de confiança e segurança, Yoel Roth e um colega de trabalho anônimo, onde ele pediu para colocar na lista negra os termos “stopthesteal” e “kraken”, que apoiavam a noção de que Trump venceu as eleições de 2020.

“Estou muito preocupado com o risco de desamplificar o contra-discurso com stopthesteal”, respondeu o colega de trabalho, ao qual Roth respondeu “ack” (reconhecido).

Uma conversa posterior no mesmo dia mostrou que a pressão exercida pelos funcionários da empresa levou em consideração a decisão do ex-CEO Jack Dorsey de distribuir banimentos permanentes após repetidas violações das diretrizes da comunidade.

Neste ponto, o autor ressalta a pressão que Dorkey sofreu para banir Trump, como postagens da ex-primeira dama Michelle Obama e da jornalista de tecnologia Kara Wisher.

Parte 5: remoção de Trump mesmo sem violação de políticas

A mais recente parte do Twitter Files foi publicada na última segunda (12), pela jornalista Bari Weiss, autora da segunda parte.

De acordo com as informações trazidas por Weiss, Trump foi banido, apesar de os monitores inicialmente não encontrarem violações de política nos tweets do ex-presidente dos EUA.

Durante anos, o Twitter resistiu a apelos internos e externos para banir Trump, alegando que bloquear um líder mundial da plataforma ou remover seus tweets controversos esconderiam informações importantes que as pessoas deveriam poder ver e debater. Mas depois de 6 de janeiro, como @mtaibbi e @shellenbergermd documentaram, a pressão cresceu, tanto dentro quanto fora do Twitter, para banir Trump.

escreveu a jornalista

Após um protesto público de mais de 300 funcionários do Twitter que assinaram uma carta aberta publicada no Washington Post pressionando o então CEO do Twitter, Jack Dorsey, a banir Trump, Weiss revelou: “A equipe do Twitter designada para avaliar os tweets concluiu rapidamente que Trump não violou as políticas do Twitter. ”

Ao final da thread, a jornalista disse que as preocupações sobre os esforços do Twitter para censurar notícias sobre o laptop de Hunter Biden, colocar em lista negra opiniões desfavoráveis ​​e banir um presidente “não são sobre as escolhas anteriores de executivos em uma empresa de mídia social. São sobre o poder de um punhado de pessoas em uma empresa privada para influenciar o discurso público e a democracia.”

Logo após a publicação da quinta parte, Elon Musk retuitou dizendo: “Sob pressão de centenas de funcionários ativistas, o Twitter desclassifica Trump, um presidente dos Estados Unidos em exercício, embora eles próprios reconheçam que ele não violou as regras”.

Entre em contato com a redação Money Crunch: [email protected]

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