A pesquisa “Branding Brasil – O valor que o país gera”, que teve seus dados divulgados hoje (24) em São Paulo pela agência Ana Couto, mostrou que 54% dos brasileiros enxergam o país como “isolado do resto do mundo”.
Segundo a agência, o estudo tem como principal objetivo conhecer a percepção dos brasileiros sobre o Brasil atual – se o país tem gerado bons valores como “marca” – e também identificar oportunidades para pessoas e organizações na construção de valor.
Esse é um estudo sobre brasilidade, uma ótica de como o brasileiro vê o Brasil. A partir dele, conseguimos entender como estão os nossos ícones, a nossa camisa da seleção, a bandeira, o que temos em comum, o que temos de divisão e união. É uma oportunidade única de ver as nossas fortalezas em um ano decisivo para o que queremos para o nosso país e para o nosso futuro, por isso precisamos ser mais intencionais e responsáveis
disse Ana Couto, CEO da agência
Metodologia da pesquisa
Com base no Valometry, a primeira plataforma de gestão de valor de branding do Brasil criada pela agência, o Brasil foi avaliado sobre a ótica das 3 ondas de valor:
- Produto: para entender a relação custo-benefício e diferenciação do país;
- Pessoas: identificação, fidelização e conexão emocional dos brasileiros com país;
- Propósito: uma visão de mundo compartilhada entre brasileiros que mobiliza e cria impacto positivo.
Juntamente, foram utilizadas três metodologias complementares: cinco comunidades online, com 150 participantes ao todo; Social listening, com análise de mais de 600 mil tweets e um estudo quantitativo com 2500 representantes de todo o Brasil.
Principais resultados obtidos
O estudo notou que existe uma clara distinção entre a imagem do Brasil e a do brasileiro. Enquanto a instituição está associada a percepções mais negativas, o brasileiro continua sendo o melhor do Brasil.
Percepção
- 71% dos entrevistados considera que o brasileiro é capaz de fazer qualquer coisa quando se une;
- 54% acreditam que o país está isolado e percebem o Brasil como um país ilhado;
- 52% acreditam que o país não se desenvolve por sempre mudar de rumo;
- 51% acreditam que o brasileiro passa muito tempo brigando entre si.
União
- 38% acreditam que o país está mais unido;
- 33% acreditam que o país está mais desunido;
- 29% acreditam que nada mudou nos últimos 10 anos.
Intolerância
- 37% veem o Brasil como mais tolerante;
- 35% acreditam que está menos tolerante.
Orgulho
- 31% sentem mais desgosto em relação ao Brasil
- 40% se sentem orgulhosos em relação ao país
Gerações mais velhas vs. gerações mais novas
Os jovens possuem uma visão muito mais pessimista e desvinculada do Brasil do que a população mais velha:
- 44% dos jovens de 16 a 20 anos não se identificam com o Brasil;
- 56% dos jovens de 16 a 20 anos não acreditam que o Brasil é o lugar ideal para viver.
De maneira geral, 48% dos entrevistados deixariam o país se tivessem oportunidade.
O Brasil é a eterna criança prodígio. Mas quando que o país vai deixar de ser o país do futuro? O brasileiro, hoje, não enxerga o país como tendo impacto positivo no mundo.
disse Igor Cardoso, sócio e diretor de planejamento da agência
Para o pesquisador Rodrigo Scherrer, um dos coordenadores do estudo, o país ideal dos entrevistados teria educação e saúde, sem corrupção.
Isso seria o ponto de partida de qualquer país. Mas, para a gente, é um sonho. O poder de mobilização, hoje, é muito frágil. O brasileiro não se sente inspirado a mudar nada. Independente do ciclo político, quais é o pacto social como nação?
declarou Scherrer