Na manhã desta terça-feira (7), os direitos de uso da marca de luxo Daslu foram vendidos por R$ 10 milhões em leilão na cidade de São Paulo, dentro do site do leiloeiro Sodré Santoro.
Sem nome revelado, o comprador poderá usar comercialmente o nome Daslu para vender roupas, sapatos, joias e itens para casa, entre outros produtos. O direito de uso também inclui marcas relacionadas, como Daslulu, de roupas de animais de estimação, Villa Daslu, de decoração de festas e organização de eventos, e D Teen by Daslu, de cosméticos e roupas para adolescentes.
O lance inicial foi de R$1,41 milhão, avançando para a casa dos R$1,45 milhão. Em cinco minutos, passaram para R$ 3 milhões, subindo até que, às 13h, chegaram aos R$ 6,5 milhões.
Conforme as regras do leilão, os lances feitos nos três minutos finais vão aumentando o prazo de encerramento. Então, às 13h10, após uma sequência de 32 lances feitos por cinco participantes, os R$10 milhões foram oferecidos.
O vencedor deve desembolsar ainda R$500 mil para cobrir as taxas cobradas pela empresa leiloeira, de 5%.
A venda da marca Daslu faz parte de uma estratégia usada por advogados indicados pela Justiça de SP para administrar a falência da empresa. Conforme decisão judicial da 1ª Vara e Ofício de Falência e Recuperações Judiciais do Foro Central de São Paulo, os valores arrecadados serão usados para pagar parte das dívidas do processo de falência.
A trajetória da Daslu até a falência
A loja foi fundada há mais de 60 anos pelas sócias Lucia de Piva de Albuquerque e Lourdes Aranha. A entrada de marcas de luxo importadas ocorreu a partir dos anos 90 – com a liberação desse tipo de produto pelo presidente Fernando de Collor de Mello – sob a administração de Eliana Tranchesi, filha de Lucia.
Em seu momento de maior fama, a Daslu chegou a ocupar uma área de mais de 15 mil m² dentro de um prédio ao estilo neoclássico, localizado no bairro de Vila Olímpia, na Zona Oeste da capital paulista.
A “queda do império” veio em 2005, após a divulgação de uma série de escândalos envolvendo sonegação de impostos na importação de produtos de luxo.
Mesmo que o processo esteja em andamento há 17 anos, o empresário Antônio Carlos Piva de Albuquerque, condenado por crimes tributários à frente da Daslu, só foi preso na última segunda-feira (30).
Quando os crimes ocorreram, Antônio Carlos era diretor do setor de finanças da butique de luxo, conforme informações do Ministério Público.
Antonio é irmão da empresária Eliana Tranchesi, ex-dona da Daslu, morta em 2012, e foi condenado a sete anos e oito meses de prisão, em regime fechado, por crimes contra a ordem tributária.