Segundo dados compilados pelo Grupo de Trabalho de Especificação do Open Finance, na cadeira da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), 4,30% do total de chamadas às APIs da iniciativa de Open Finance proposta pelo Banco Central falharam, ou 14,3 milhões, mas a disponibilidade média das APIs era de 78,49%, abaixo do exigido (5,0% do tempo a cada 24 horas e 99,5% do tempo a cada 3 meses).
A iniciativa foi liberada pela primeira vez durante o mês de março, permitindo que os bancos sejam dispensados da iniciativa que quer elevar a competitividade no sistema financeiro, o chamado Open Banking.
Porém, diante de dificuldades iniciais de comunicação, as instituições financeiras estão propondo mudanças técnicas nas conexões do Open Finance para facilitar a troca de informações e impulsionar essa iniciativa da agenda do Banco Central.
Em definição, o Open Finance é um processo de compartilhamento voluntário de dados empresariais, bancários, financeiros e comerciais. Isso engloba tanto quem é pessoa física, empreendedor ou empresa. O compartilhamento acontece por meio de uma plataforma apropriada para uma comunidade restrita.
Desde o início da fase 2 do Open Finance no final de maio, que permitiu o compartilhamento de dados de clientes sob consentimento, os participantes da iniciativa vêm comunicando dificuldades de comunicação entre as instituições.
Apesar de ter sido definido um conjunto de especificações para as conexões, houveram divergências na construção de cada API (interface de comunicação), e, muitas vezes, alguma instituição envia um dado que não é recebido por outra.
Como o compartilhamento de de informações é a base do Open Finance, o que permite que bancos possam “conhecer” mais a fundo clientes, atuais e potenciais, passando a oferecer produtos mais personalizados e com melhores benefícios que a concorrência, os problemas de comunicação atrasam a efetividade da agenda e a criação de novos produtos e serviços.
Reunidas atualmente na Estrutura de Governança, as instituições buscam agora ajustes para facilitar essas conexões e tornar a troca de informações mais fluida.
Segundo Karen Machado, gerente de Open Banking no Banco do Brasil, as instituições financeiras tinham até o dia 10 de junho para devolver o documento com eventuais sugestões, com publicação prevista para o dia 20 deste mês, para adequação de todos em até 120 dias.
“Coloca mais graxa na engrenagem do Open Banking. São questões bem técnicas, mas que, azeitadas, vão fazer com que instituições consigam receber dados com mais facilidade. A gente vai ter uma taxa de sucesso maior no consumo das informações compartilhadas pelos clientes. Com mais informação, me torno mais competitivo, personalizo melhor produtos e atendo melhor o cliente”
disse a gerente
O grupo de Trabalho de Especificação da Estrutura de Governança do Open Banking já começou também a rever as regras de conexão da fase 3 do Open Finance, que trata do iniciador de pagamentos e do ‘marketplace’ de crédito, e até o fim do ano deve começar também a revisar as especificações da fase 4, de compartilhamento de dados de investimento, seguro, previdência e câmbio.
A Febraban disse em nota que “os times técnicos estão trabalhando com todo o foco possível e melhorando as condições de conectividade, qualidade dos dados compartilhados e processo de consentimento”.