Nesta semana, a ESA (Agência Espacial Europeia) iniciou discussões técnicas preliminares com a SpaceX, fabricante estadunidense de sistemas aeroespaciais, que podem levar ao uso temporário de seus lançadores, depois que a guerra na Ucrânia bloqueou o acesso ocidental aos foguetes russos Soyuz.
Eu diria que há duas opções e meia que estamos discutindo. Uma é a SpaceX que é clara. Outra é possivelmente o Japão
disse Josef Aschbacher, diretor-geral da ESA, à agência Reuters
A SpaceX, concorrente direto do Arianespace, surgiu como um competidor importante para preencher uma lacuna temporária ao lado do Japão e da Índia. Porém, as decisões finais dependem do cronograma ainda não resolvido do foguete europeu Ariane 6.
O Japão está esperando o voo inaugural de seu foguete de próxima geração. Outra opção poderia ser a Índia. A SpaceX, eu diria, é a mais operacional delas e certamente um dos lançamentos de backup que estamos analisando.
acrescentou o diretor
De acordo com Aschbacher, as negociações permanecem em uma fase exploratória e qualquer solução alternativa seria temporária.
Até o momento, a Europa dependia da italiana Vega para pequenas cargas, da russa Soyuz para médias e do Ariane 5 para missões pesadas. A próxima geração Vega C estreou no mês passado e o novo Ariane 6 foi adiado para o próximo ano.
O diretor explicou que um cronograma mais preciso do Ariane 6 seria mais claro em outubro. Só então a ESA finalizaria um plano de apoio a ser apresentado aos ministros das 22 nações da agência em novembro.
A guerra na Ucrânia demonstrou que a estratégia de cooperação de uma década da Europa com a Rússia no fornecimento de gás e outras áreas, incluindo o espaço, não está mais funcionando.
Este foi um alerta, que temos sido muito dependentes da Rússia. E este alerta, temos que esperar que os tomadores de decisão percebam tanto quanto eu, que temos que realmente fortalecer nossa capacidade e independência europeias.
pontuou Aschbacher
Por outro lado, minimizou a perspectiva da Rússia cumprir a promessa de se retirar da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) após 2024.
A realidade é que operacionalmente, o trabalho na estação espacial está prosseguindo, eu diria quase nominalmente. Nós dependemos um do outro, gostemos ou não, mas temos pouca escolha.
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