Conseguir acumular 1 milhão – seja de dólares ou de reais – é a meta financeira de muitas pessoas. A mística desse número atrai os investidores, mas ao mesmo tempo também traz a sensação de algo “impossível” ou “muito difícil” de ser atingido.
Para quem está em busca do sonho de ser milionário, o economista Richard Rytenband, CEO da Convex Research, lembra de um conselho que ele mesmo recebeu de seu pai quando era criança.
Ao perguntar o que precisava fazer para conseguir atingir seu primeiro US$ 1 milhão, ele ouviu a seguinte resposta: “O mais difícil é juntar os primeiros US$ 10 mil. Depois disso, chegar em outros patamares será mais simples”.
Rytenband destaca que seu pai simplesmente criou uma meta mais plausível e isso pode fazer toda a diferença em um processo de acúmulo de riquezas. “Agindo dessa forma, você tira a pressão de atingir um valor muito alto logo de cara, pois isso pode desmotivar a pessoa”, diz o economista.
A grande lição para quem está economizando e buscando criar um patrimônio financeiro robusto é tentar trabalhar com objetivos bem definidos, mas tomando cuidado para não estipular metas inalcançáveis que podem desanimar ao longo da jornada.
“Quando um investidor tenta atingir uma meta muito alta e falha repetidas vezes, ele pode entrar no que chamamos na psicologia financeira de ‘desamparo’. Quando isso acontece, a tendência é acabar desistindo do seu objetivo inicial”, afirma.
Por isso, mire nos primeiros R$ 10 mil. Atingiu? Estabeleça nova meta nos R$ 50 mil. Depois, vá para os R$ 100 mil, R$ 500 mil, R$ 1 milhão, e assim por diante. Sempre um degrau por vez.
Viva o presente
Para Rytenband, mais importante do que ter R$ 1 milhão na conta de investimentos é procurar se desenvolver e estar satisfeito com os rumos da própria vida profissional e financeira.
“Às vezes, os jovens se sentem pressionados para atingir R$ 1 milhão antes dos 30 ou dos 40 anos, porque a mídia mostra histórias de pessoas que fizeram isso. Esse jovem acaba colocando metas muito distantes para si próprio e se esquece de viver o presente, se desenvolver e ser a melhor versão de si mesmo”, diz o CEO da Convex.