Após as divulgações dos resultados da Walt Disney, na última última terça-feira (8), analistas do mercado financeiro assumiram uma posição de mais cautela em relação à empresa de entretenimento.
Uma vez que as perdas continuaram a aumentar no negócio de streaming, compensando o forte desempenho dos parques temáticos da empresa, os resultados foram mais fracos do que o esperado para o 4º trimestre.
No ano, as ações da empresa estão em queda de 35%, desempenho menor do que o Dow Jones que acumula uma queda de 8% desde janeiro.
“A Disney teve um ano forte em 2022, com resultados recordes em nosso segmento de parques, experiências e produtos, além de um fantástico crescimento no número de assinantes dos nossos serviços diretos ao consumidor (DTC), com a adição de quase 57 milhões de assinantes neste ano, para um total de mais de 235 milhões”, declarou Bob Chapek, CEO da Walt Disney.
Receita do trimestre
Ao final do trimestre, o lucro da empresa foi de US$ 162 milhões, ou US$ 0,09 por ação – ligeiramente acima dos ganhos do ano anterior de US$ 159 milhões, ou US$ 0,09 por ação.
Porém, excluindo alguns itens, a empresa teve lucro de US$ 0,30 por ação, abaixo dos US$ 0,37 por ação no mesmo trimestre do ano anterior.
A expectativa da maior parte dos analistas era de lucro de US$ 0,56 por ação, excluindo itens. Em comparação com 2021, a receita aumentou 8,7% em relação ao ano anterior, para US$ 20,2 bilhões. A projeção de analistas era de US$ 21,27 bilhões.
A receita operacional da Disney no trimestre totalizou US$ 1,6 bilhão, uma queda de 55% em relação ao trimestre anterior e no mesmo nível do trimestre do ano anterior.
A expectativa da Disney é que o prejuízo operacional do 1º tri fiscal melhore em mais de US$ 200 milhões em comparação com o trimestre anterior, enquanto o 2º tri fiscal deve registrar uma “melhora maior”.
Streaming
Nos três meses encerrados em 1º de outubro, o principal serviço de streaming da empresa, Disney+, adicionou 12,1 milhões de novas contas líquidas, elevando seu total global para 164,2 milhões de assinantes, uma alta de 39% ano a ano (a/a), acima da estimativa média dos analistas de 162,5 milhões.
“Nossa expectativa é que os prejuízos operacionais de DTC tenham uma redução daqui para frente e que o Disney+ alcance a lucratividade no ano fiscal de 2024, desde que não tenhamos uma mudança muito significativa no clima econômico”, disse Chapek.
A base de assinantes do ESPN+ aumentou 42% a/a, para 24,3 milhões, enquanto o número de assinantes do Hulu alcançou 47,2 milhões, uma alta de 7,8% a/a.
Parques e entretenimento
Contudo, a divisão de parques temáticos da empresa estabeleceu um novo recorde de receita: US$ 7,42 bilhões no trimestre, um aumento de 36% em relação ao ano anterior.
A unidade de mídia e entretenimento registrou uma queda de receita de quase 3%, para US$ 12,73 bilhões, bem abaixo do consenso de US$ 13,81 bilhões.
Expectativas e projeções
Analistas do banco Barclays cortaram o preço-alvo da ação para US$ 98, contra US$ 105 anteriormente, refletindo as estimativas mais fracas.
“A receita e a projeção de lucro operacional para o próximo ano implicam que a lucratividade na maioria dos segmentos da Disney pode piorar mais do que o esperado, chegando a níveis significativos em alguns casos. A projeção para o streaming também deve ser difícil de alcançar sem concessões”, afirmaram em nota.
O rebaixamento do preço-alvo dos papéis também foi feito por analistas do Guggenheim, passando de US$145 para US$115.
“Rebaixamos nossas estimativas principalmente para refletir os prejuízos maiores em DTC e o crescimento em parques menor do que o previsto. Mantemos nossa recomendação de compra”, disseram aos clientes.
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