Nesta sexta (4), Elon Musk deu início ao processo de demissão em massa no Twitter. O novo chefe da rede social pretende cortar metade dos cerca de 7,5 mil funcionários, para reduzir até US$ 1 bilhão em custos.
Porém, antes disso, no dia em que a compra foi confirmada, Musk demitiu os principais executivos da rede social, inclusive o presidente-executivo.
“Começaremos o difícil processo de reduzir nosso quadro global nesta sexta-feira”, anunciou o Twitter a seus funcionários na última quinta, em um e-mail ao qual a agência France Presse teve acesso.
Os demitidos seriam comunicados a partir das 13h, porém, desde o início da manhã de hoje, os funcionários relataram que tiveram a entrada nos escritórios, inclusive no Brasil, bloqueada, assim como os acessos aos sistemas da empresa.
No Brasil, o Twitter mantinha um quadro com cerca de 150 pessoas.
“Reconhecemos que um certo número de pessoas que fizeram contribuições significativas para o Twitter serão afetados, mas essa ação infelizmente é necessária para garantir o sucesso da empresa no futuro”, informou a empresa a seus funcionários.
O Estadão apurou que, no Brasil,o time de curadoria de conteúdo foi bastante afetado.
Reação dos funcionários
Logo após o anúncio, funcionários cortados da empresa usaram o LinkedIn para lamentar a saída e buscar por novas oportunidades profissionais.
Em entrevista ao portal G1, uma brasileira que trabalha na plataforma descreveu a experiência.
“Eu fui pega de surpresa mesmo, voltei ontem do feriado, entrei na reunião de equipe e o clima era total de luto.”
A ex-tweep – nome que os funcionários do Twitter utilizam entre si – disse que os colaboradores descobriram as mudanças implementadas por Musk enquanto acompanhavam os noticiários.
“Basicamente tudo que a gente sabia sobre a gestão do Elon vinha primeiro dos jornais e depois de muito tempo em um comunicado interno. Era até engraçado perguntarem para gente o que estava acontecendo, porque era muito mais provável que os jornalistas de fora descobririam antes da gente”.
Um grupo de funcionários nos Estados Unidos entrou com uma ação coletiva contra a empresa na última quinta, reclamando do fato de o Twitter ter começado um processo de demissão em massa sem o aviso prévio de 60 dias, violando leis trabalhistas federais e do Estado da Califórnia.
Para garantir a segurança dos funcionários e dos dados e sistemas da empresa, os escritórios do Twitter foram fechados temporariamente e as credenciais de acesso foram suspensas.
Confira o comunicado enviado aos funcionários na íntegra:
“Olá,
Conforme compartilhado mais cedo hoje, o Twitter está realizando uma redução da força de trabalho para ajudar a melhorar a saúde da empresa. Essas decisões nunca são fáceis e é com pesar que escrevemos para informar que sua função no Twitter foi identificada como potencialmente impactada ou em risco de redundância.
Os próximos passos dependerão do país em que você mora e compartilharemos mais informações com você o mais rápido possível.
Para proteger as informações confidenciais do Twitter e os dados do usuário, suspendemos seu acesso aos seus sistemas. No entanto, para evitar dúvidas, esta suspensão não significa que seu emprego foi rescindido. Continue a cumprir todas as políticas da empresa, incluindo o Manual do Funcionário e o Código de Conduta.
É vital que tenhamos suas informações de contato pessoais atuais para que possamos consultá-lo. Envie um e-mail …. com qualquer dúvida ou se precisar nos atualizar sobre suas informações pessoais.
Obrigado.”
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