No ano de 1981, o investidor Harry Browne apresentou um conceito que seria essencial para as futuras gerações de investidores sobreviverem no mercado: o Portfólio Permanente.
O conceito faz parte da obra “Fail-Save Investing”, e implica, basicamente, na construção de uma carteira de investimentos que resiste aos movimentos irracionais do mercado. Entre eles, Browne destaca a “hiperinflação”, a “deflação”, o “confisco de ativos” como alguns dos principais eventos aos quais um Portfólio Permanente deve resistir.
Com o intuito de apresentar de forma mais didática aquilo que seriam os principais pilares da estratégia elaborada por Browne, os autores Craig Rowland e J.M. Lawson publicaram em outubro de 2012 o livro “Portfólio Permanente: a estratégia de longo prazo de Harry Browne”.
Funcionando como uma espécie de guia para todo investidor, o livro de Rowland e Lawson resulta em sete regras para que uma jornada no mercado financeiro seja mais prudente e próspera, conforme destacou Richard Rytenband, economista e CEO da Convex Research.
1ª regra: o seu trabalho proporciona a sua riqueza
A maior parte do seu patrimônio será originada pela sua dedicação à profissão que escolheu, e não de outros atalhos e truques para se obter altos retornos em curtos intervalos de tempo.
“É verdade que investir pode ser muito poderoso para aumentar o seu dinheiro, mas normalmente é a sua carreira que fornece os fundos que permitem que você invista em primeiro lugar”, disse Rytenband.
2ª regra: não presuma que você pode substituir a sua riqueza
A partir do momento em que se perde dinheiro por conta de administrações ruins dos investimentos, é ainda mais arriscado se concluir que aquele valor por com certeza recuperado.
“Uma grande perda de investimento pode representar anos, ou esmo décadas, de trabalho árduo”
3ª regra: reconheça a diferença entre investir e especular
Saber o que separa estes dois conceitos permitirá que o investidor tenha muito mais clareza em suas decisões, já que saberá com qual tipo de contexto lidará.
De acordo com os autores, o investimento implica em um processo de definição de uma estratégia clara e que é implementada com disciplina e foco, focando em resultados de longo prazo. Já a especulação consiste em se envolver com negociações que visam o lucro de curto prazo.
4ª regra: ninguém pode prever o futuro
No livro, os autores ressaltam que independente das credenciais e repertórios acumulados ao longo do tempo, nenhum investidor possui a capacidade de prever o futuro de forma assertiva. Como o mercado financeiro é marcado por instabilidade, se apegar a previsões pode ser uma prática que te leve à falência.
“O autor brinca que ninguém pensa em visitar um médium todas as manhãs para obter conselhos, mas ficam felizes em ouvir analistas, comentaristas e gurus sobre o futuro dos mercados”, destacou Richard.
5ª regra: não dependa de nenhum investimento, instituição ou pessoa para a sua segurança
Tomar decisões que impliquem em uma consequente dependência de um fator central para o seu sucesso e segurança, ou seja, de um sistema centralizado, fará com que você esteja exposto à diversas fragilidades.
6ª regra: mantenha parte do seu patrimônio fora do país que você reside
“A diversificação geográfica protege você de desastres naturais e provocados pelo homem que podem afetar suas economias. Também protege você contra um governo que pode tentar resolver seus problemas financeiros confiscando a propriedade privada dos cidadãos.”, explica Richard.
7ª regra: separe parte do seu orçamento para o seu lazer
Por fim, não deixe de lembrar que recompensar-se pelo esforço feito é uma medida tão importante quanto as outras, pois dará forças e energia suficientes para continuar em frente.