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Trabalhadores no Reino Unido realizam onda de greves por reajuste salarial

Diante de uma inflação em alta e um poder aquisitivo em colapso, nos últimos meses, o Reino Unido vem assistindo a multiplicação de greves por reajustes salariais, com novas paralisações previstas para o final de agosto, diante de uma inflação em alta e um poder aquisitivo que em colapso.

Os sindicatos britânicos RMT, TSSA e Unite convocaram uma nova paralisação de funcionários ferroviários para esta quinta-feira (18) e sábado (20). O movimento, que envolve dezenas de milhares de trabalhadores, começou em junho e representa a maior greve no setor nos últimos trinta anos.

Coincidindo com o período de férias escolares, a Network Rail – administrador público da rede ferroviária – alertou que circularia com apenas um trem de cada cinco e pediu aos britânicos que “usem os trens somente se for absolutamente necessário”.

Na próxima sexta (19), toda a rede de transportes de Londres ficará praticamente paralisada, continuando debilitada por todo o fim de semana. Já no domingo (21), os estivadores do porto de Felixstowe (leste da Inglaterra), o maior porto de carga do país, iniciarão uma greve de oito dias, ameaçando interromper grande parte do tráfego de cargas.

A reinvindicação presente em todas as manifestações gira em torno de exigências por reajustes salariais correspondentes à inflação, que atingiu 10,1% em 12 meses em julho e pode superar 13% em outubro, segundo projeções do Banco da Inglaterra.

Pelo aumento dos preços, o poder de compra está sendo consumido em velocidade recorde, o que “demonstra a necessidade vital de defender o valor dos salários”, disse Sharon Graham, secretária-geral do Unite, um dos principais sindicatos do país.

Trabalhadores farão a primeira greve em 35 anos

Mais de 40 mil trabalhadores da operadora de telecomunicações BT farão sua primeira greve em 35 anos.

Para o final de agosto e início de setembro, 115 mil funcionários dos correios, convocados pelo sindicato do setor CWU, planejam quatro dias de greve.

Ações semelhantes estão planejadas ou já ocorreram em depósitos da Amazon, entre advogados criminais ou entre coletores de lixo.

As empresas fazem todo o possível para ajudar seus funcionários a passar por esse período. Mas uma grande maioria não pode se dar ao luxo de aumentar os salários o suficiente para compensar a inflação

disse o sindicato dos empregadores da CBI na terça-feira (16)

Porém, algumas greves foram evitadas de última hora graças a ofertas de remuneração consideradas satisfatórias.

Funcionários de uma empresa de abastecimento de combustível no Aeroporto Internacional de Heathrow, em Londres, que ameaçaram interromper o tráfego, acabaram cancelando a greve. 

A equipe de terra da British Airways, que pedia como mínimo o restabelecimento dos salários cortados em 10% durante a pandemia, aceitou um aumento de 13% e desistiu da paralisação.

Contudo, os ferroviários mantêm a greve, já que as negociações com uma multidão de operadores privados estão congeladas.

Os movimentos sociais podem prosseguir além do verão e se estender aos trabalhadores da educação e saúde, dos quais os sindicatos chamam as ofertas de aumentos salariais de 4% de “miseráveis”.

Entre em contato com a redação Money Crunch: [email protected]

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