Com 93 votos para sim, 24 para não e 58 abstenções, a Assembleia-Geral da ONU realizada hoje determinou que a Rússia está suspensa do Conselho de Direitos Humanos.
Atualmente, o Conselho é composto por 47 países, com suspensões feitas bem raramente. O único caso foi o a Líbia em 2011, devido à denúncias de violência de forças vinculadas ao líder Muammar Gaddafi contra manifestantes.
A proposta de suspensão do assento da Rússia foi feita no início desta semana por Linda Thomas-Greenfield, embaixadora dos Estados Unidos na ONU, logo após tropas russas serem acusadas de tortura e assassinato de civis ucranianos no subúrbio de Bucha, na capital da Ucrânia.
Para a aprovação, era necessário uma maioria de dois terços dos 193 membros votantes, considerando que as abstenções não contam.
Posicionamento dos países sobre a suspensão
Antes mesmo da assembleia começar, Sergiy Kyslytsya, embaixador ucraniano, fez um apelo para o apoio de todos os países para a aprovação da resolução. Em suas palavras:
“Agora o mundo chegou a um momento crucial. Testemunhamos que nosso transatlântico está passando por uma neblina traiçoeira em direção a icebergs mortais. Parece que devemos chamá-lo de Titanic em vez de Conselho de Direitos Humanos”.
O Brasil foi um dos casos de abstenção. Como justificativa, o embaixador Ronaldo Costa Filho disse que o país “acredita que a comissão deve completar a investigação para que as responsabilidades possam ser estabelecidas”.
Mas afirmou em seu discurso que o governo está “profundamente preocupado com as violações de direitos humanos na Ucrânia, inclusive na cidade de Bucha”.
Do outro lado da história, o embaixador russo, Gennady Kuzmin, julgou a proposta como um “precedente perigoso”.
“Hoje não é o momento para apresentações teatrais. O que estamos a ver aqui hoje é uma tentativa dos Estados Unidos de manter a sua posição dominante e de controlo total”, declarou Kuzmin.
Ao lado da Rússia, países como Bielorrússia, China, Cuba, Coreia do Norte e Nicarágua se posicionaram contra o projeto.
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