Na manhã desta terça-feira (2), um avião da Força Aérea dos Estados Unidos transportando a presidente da Câmara dos Representantes do país, Nancy Pelosi, chegou a Taiwan.
“A visita de nossa delegação do Congresso a Taiwan honra o compromisso independente dos EUA em apoiar a democracia vibrante de Taiwan. Nossa solidariedade com os 23 milhões de moradores de Taiwan é mais importante do que nunca, em um momento no qual o mundo encara uma escolha entre a autocracia e a democracia”.
disse Nancy Pelosi ao pousar na ilha
A visita não divulgada de Pelosi a Taiwan, sob tensão por parte da China, ocorreu por volta das 22h30 no horário local (11h30 de Brasília). Na manhã de quarta-feira (3), ela se reunirá com o governo da ilha e visitará o Parlamento local.
Desde a semana passada, o governo chinês vem fazendo ameaças aos EUA caso a presidente da Câmara fosse à Taiwan – o qual Pequim considera parte de seu território. Para os chineses, a ida de Pelosi ao local é uma provocação.
Com a visita, Pelosi se tornou a primeira representante do alto escalão do governo norte-americano a visitar Taiwan desde 1997, quando Newt Gingrich foi à ilha.
Reação do governo chinês
O Ministério dos Negócios Estrangeiros da China disse que a visita da norte-americana é “uma violação severa do princípio de Uma Só China, infringe severamente a soberania e a integridade territorial da China, prejudica severamente a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan, e emite um sinal severamente errado às forças secessionistas da ‘independência de Taiwan'”.
Já o Ministério da Defesa chinês declarou que suas Forças Armadas estão posicionadas em alerta e que lançará “operações militares com alvos específicos”.
Segundo informações da Reuters, essas operações consistem em viagens aéreas e marítimas conjuntas no norte, sudoeste e sudeste de Taiwan, disparos reais de longo alcance no Estreito de Taiwan e lançamentos de mísseis no mar a leste da ilha.
A agência de notícias estatal Xinhua disse hoje que os militares chineses realizarão exercícios de tiro real e outros exercícios em torno de Taiwan de 4 a 7 de agosto.
Os chineses afirmaram que seus aviões militares sobrevoaram o Estreito de Taiwan. Inicialmente, o Ministério de Defesa de Taiwan negou que isso tivesse acontecido, mas em um segundo momento a pasta afirmou que 21 aeronaves militares chinesas entraram em seu espaço aéreo.
Em comunicado, a pasta alegou que os exercícios visam intimidar psicologicamente os cidadãos de Taiwan, acrescentando que as Forças Armadas “reforçaram” seu nível de alerta e os cidadãos não devem se preocupar.
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