Nesta quarta-feira (6), o sinal de 5G puro (sem interferência de outras frequências) chega no Brasil, com Brasília sendo a primeira capital a oferecer o sinal. O funcionamento foi aprovado na última segunda-feira (4) pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
Segundo a Anatel, o serviço estará disponível em 80% da capital, principalmente no Plano Piloto. A tecnologia vai funcionar apenas em celulares mais recentes, de empresas como Apple, Samsung, Xiaomi, Motorola, entre outras. Ao todo, 67 celulares que suportam o 5G foram homologados pela agência.
Até o último fim de semana, cada uma das três operadoras (TIM, Claro e Vivo) instalou 100 estações espalhadas pelo DF, com maior concentração na região do Plano Piloto, área central de Brasília onde ficam a Esplanada dos Ministérios e as sedes de Executivo, Legislativo e Judiciário.
O 5G puro ocupará na faixa de 3,5 GHz – parcialmente ocupada por antenas parabólicas antigas que operam com sinal analógico na Banda C.
As pessoas com esse sinal precisarão comprar uma antena nova e um receptor compatível com a Banda Ku, para onde está sendo transferido o sinal das antenas parabólicas. Famílias inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) com parabólicas antigas receberão conversores novos, dispensando a necessidade de comprar outras antenas.
A Anatel explica que Brasília foi escolhida para estrear a tecnologia 5G por ter um número baixo de parabólicas. Conforme os dados mais recentes da agência reguladora, existem cerca de 3,3 mil parabólicas em funcionamento no Distrito Federal.
De acordo com Moisés Moreira, vice-presidente da Anatel, as próximas cidades a receber o sinal 5G puro serão Belo Horizonte, Porto Alegre e São Paulo, mas as datas ainda não estão previstas. No início de junho, a agência reguladora definiu que, até 29 de setembro, todas as capitais deverão contar com a tecnologia.
O que é a tecnologia 5G?
A tecnologia 5G pura é a próxima geração da internet móvel. Com velocidade média de 1 Gigabit (Gbps), – podendo chegar a até 20 Gbps – dez vezes superior ao sinal 4G, permite que um arquivo de 5G pode ser baixado em cerca de 40 segundos nesse sistema.
Seu sinal tem menor latência (atraso) na transmissão dos dados. Então, proporcionará a estreia da “internet das coisas”, que viabiliza a conexão direta entre objetos pela rede mundial de computadores. A “internet das coisas” tem potencial para aumentar a produção industrial, por meio da comunicação direta entre máquinas, e possibilitar novidades como cirurgias a distância e transporte em carros sem condutores.
Como ter acesso à tecnologia 5G?
O cliente necessita de um chip e um aparelho que aceite a conexão, além de verificar se a operadora oferece o serviço e se está na área de cobertura.
O site da Anatel informa a lista de celulares homologados para o sinal 5G puro. Caso o celular esteja fora da lista que mostra o ícone 5G, o aparelho não opera o sinal 5G puro, mas o 5G no modo Dynamic Spectrum Sharing (DSS) ou non-standalone (NSA), chamado de 5G “impuro” por operar na mesma frequência do 4G, na faixa de 2,3 gigahertz (GHz). Dependendo da interferência, o sinal 5G “impuro” chega a apresentar velocidades inferiores ao 4G.