Na mesma semana que marca o encontro do G7 e do conselho da União Europeia, a cúpula emergencial da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), formada por 28 países, se reuniu nesta quinta-feira (24) na cidade de Bruxelas.
No dia anterior, 23, o secretário-geral da organização, Jens Stotenberg, já havia declarado o reforço do número de tropas em países próximos do conflito entre Rússia e Ucrânia, como Bulgária, Hungria, Romênia e Eslovênia. Além do “fornecimento de sistemas avançados de defesa aérea, sistemas antitanque, vários tipos de armas e munições.
Em entrevista coletiva após o encontro, Stotenberg reiterou o aumento da presença militar no leste europeu, que agora conta com aproximadamente 40 mil soldados distribuídos do Báltico até o Mar Negro.
“Os líderes da Otan concordaram que forneceremos mais apoio a Ucrânia. Continuaremos a impor custos inéditos a Rússia e reforçaremos nossas forças de defesa”, afirmou o secretário.
A participação de Zelensky
Em seu discurso feito por videoconferência, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, solicitou “ajuda militar sem restrições” aos chefes de Estado presentes. Principalmente para desbloquear cidades ocupadas pelo exército russo, como Mariupol, Berdyanks e Melitopol, localizadas ao sul da Ucrânia. Zelensky reforçou pedidos de caças e tanques.
“Eles (os russos) têm pelo menos 20.000 tanques… A Ucrânia pediu 1% de todos os seus tanques! Entreguem ou vendam! Mas continuamos sem uma resposta clara”, declarou.
Zelensky também direcionou críticas ao grupo, que julgou descredibilizar a entrada da Ucrânia na Otan. “Nunca, por favor, nunca mais nos digam que nosso exército não atende aos padrões da Otan”. “Mostramos do que somos capazes. E quanto podemos dar à segurança comum na Europa e no mundo.”
Repostas da Otan aos pedidos de Kiev
Após os apelos por defesa militar do território ucraniano, a Otan declarou que não enviará tropas ou aviões para a Ucrânia. Mas sim suprimentos militares significativos, como sistemas antitanque, defesa aérea e drones.
“Porque a única maneira de fazer isso é estar preparado para entrar em conflito total com as tropas russas”, disse Stoltenberg.