Conforme o balanço divulgado nesta terça-feira (2) pela Fenabrave, associação que representa as concessionárias, as vendas de veículos subiram 3,7% em julho frente a igual período do ano passado. De junho, a alta foi de 2,2%
Os resultados marcam o primeiro crescimento de um mês no comparativo interanual em 12 meses. No total, 182 mil unidades foram vendidas em julho, entre carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus.
Os problemas de abastecimento que paralisam as fábricas, sobretudo pela falta de componentes eletrônicos, persistem. Mas, a reabertura do porto de Xangai, cujo fechamento provocou um caos no transporte internacional de mercadorias entre abril e maio, permitiu um fluxo menos irregular no fornecimento de componentes, levando a uma maior oferta de carros nas lojas.
Na visão de José Maurício Andreta Jr., presidente da Fenabrave, o desempenho das vendas de carros em julho um teve “ótimo resultado”, tendo em conta o crédito mais caro e seletivo.
O presidente avalia que com a ampliação, desde ontem, no corte do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) – de 18,5% para 24,75% -, as vendas de carros de passeio e utilitários leves possam fechar 2022 com alta superior a 4%, para mais de 2 milhões de unidades.
Contudo, a previsão oficial da Fenabrave, revisada no mês passado, segue apontando para estagnação – ou seja, crescimento zero – do setor no ano.
“Se a produção retornar à sua normalidade, e com mais esse estímulo do governo, talvez consigamos atingir esse patamar”
pontuou o presidente
Desempenho por segmentos
No acumulado desde o primeiro dia do ano, as vendas de veículos mostram queda de 12%, somando 1,1 milhão de veículos vendidos entre janeiro e julho.
No segmento de carros de passeio e utilitários leves, as vendas somam 169,1 mil unidades em julho, um crescimento de 4,1% na comparação com igual período do ano passado e 2,2% frente a junho. O resultado reduz para 12,7% a queda no acumulado de 2022.
A líder no mercado foi a Fiat, com 21,8% dos 1 milhão de carros e utilitários leves vendidos no País desde o começo deste ano. Na sequência, aparecem General Motors (14,1%), Volkswagen (12,1%) e Toyota (10,5%).
No mercado de caminhões, as vendas, de 11,3 mil unidades no mês passado, caíram 1,3% no comparativo interanual, mas subiram 4,3% na passagem de junho para julho.
Já as vendas de ônibus repetiram o volume de igual período do ano passado (alta de 0,1%). Em relação a junho, houve queda de 9,8% dos emplacamentos de coletivos, que chegaram a 1,6 mil unidades em julho.
No segmento de motos, houve queda de 4,4% em julho frente ao volume de igual mês do ano passado, somando 107,6 mil unidades. Na comparação com junho, a queda foi de 11%.
Para explicar o resultado, a Fenabrave cita a baixa oferta de produtos, na esteira das férias coletivas de meio de ano nas montadoras do polo industrial de Manaus, e restrições de crédito.
A demanda segue aquecida, porém os bancos estão aprovando menos de 30% dos pedidos de financiamento para compra de motocicletas, explicou Andreta Jr.
Nos sete primeiros meses do ano, 744,3 mil motos foram vendidas no Brasil, o que corresponde a uma alta de 18,2% frente a igual período de 2021. Neste caso, o desemprenho foi puxado pela expansão dos serviços de entrega (delivery) e pela demanda por veículos não só mais baratos do que os carros, como também mais econômicos, dado o aumento nos preços dos combustíveis – aliviado agora pelos cortes de impostos estaduais e federais.
A Honda liderou o mercado com folga, com 76,3% de todas as motos vendidas no Brasil entre janeiro e julho. A vice-liderança ficou nas mãos da Yamaha, com 16,3% do mercado.
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