Nesta quinta-feira (14), a Comissão Europeia cortou suas previsões para o crescimento econômico da zona do euro para 2022 e 2023, e elevou as estimativas de inflação.
No encontro feito em Bruxelas, confirmou-se a perspectiva mais pessimista, que já havia sido discutida pelos ministros das Finanças da zona do euro na última segunda (11).
Agora, o braço executivo da União Europeia prevê um crescimento de 2,6% neste ano, um pouco abaixo da taxa de 2,7% prevista em maio.
Mas, para 2023, quando o impacto da guerra na Ucrânia e dos preços mais altos da energia podem ser sentidos de forma ainda mais aguda, o crescimento deve ser de 1,4%, contra taxa de 2,3% estimada anteriormente.
Na visão de Paolo Gentiloni, comissário de economia da UE, a queda do euro para a paridade em relação ao dólar é uma grande preocupação, principalmente para as economias em desenvolvimento, mais do que para a zona do euro, porque o euro estava se valorizando em relação a outras moedas importantes.
Porém, a previsão de crescimento de 2022 permaneceu em 2,7% para os os 27 países da União Europeia, com a taxa de 2023 sendo revisada para 1,5%, de 2,3% antes.
A Comissão também elevou suas estimativas para a inflação da zona do euro, que neste ano deve atingir um pico de 7,6% antes de arrefecer para 4,0% em 2023. Em maio, essa expectativa era de 6,1% neste ano e 2,7% em 2023.
Foi feito um alerta de que a inflação pode subir ainda mais se os preços do gás dispararem devido a um corte de oferta da Rússia, o que poderia levar a uma nova revisão para baixo no crescimento.
Mas, mesmo com os riscos elevados, a Comissão não espera que a zona do euro caia em recessão, e que as previsões também podem melhorar se as recentes baixas nos preços do petróleo e das matérias-primas continuarem.
Nas estimativas feitas por países, estima-se que o crescimento da Alemanha, a maior economia da UE, deve desacelerar para 1,4% neste ano e 1,3% em 2023. A Comissão previa em maio expansões de 1,6% e 2,4%, respectivamente.
Já a França deve crescer 2,4% neste ano, em vez dos 3,1% previstos anteriormente. No ano que vem, a expansão provavelmente desacelerará ainda mais, para 1,4%, contra taxa de 1,8% prevista em maio…. –
A Itália é a única entre as três maiores economias do bloco cujo crescimento deste ano foi revisado para cima, a 2,9%, em vez dos 2,4% estimados em maio.
Contudo, espera-se que o país tenha uma desaceleração acentuada em 2023, quando deve avançar apenas 0,9%, menor taxa da zona do euro e abaixo da previsão anterior de 1,9%.