Na última terça-feira (28), voltou ao ar a Ronin, sidechain do Ethereum criada especialmente para o jogo Axie Infinity. Após perder US$ 622 milhões no que entrou para a história como o maior hack de criptomoedas já visto, a sidechain ficou desligada por três meses.
Desde o final de março, a equipe da Ronin afirma ter realizado três auditorias — uma interna e duas externas feitas pelas empresas Verichains e CertiK — para garantir que o problema que abriu a brecha ao hack estivesse resolvido e a rede segura quando voltasse ao ar.
“Isso significa que os usuários agora podem facilmente fazer depósitos e saques de e para a rede Ronin. Todos os wETH e USDC de propriedade dos usuários estão totalmente suportados 1:1 pela nova ponte. [Os fundos de] todos os usuários foram completados”.
disse a empresa em nota
Depois do ataque, a Sky Mavis, empresa por trás do Axie Infinity, garantiu que todos os usuários seriam reembolsados quando a Ronin voltasse ao ar.
Para que parte do prejuízo fosse reposto, a Sky Mavis levantou US$ 150 milhões em uma rodada liderada pela Binance e com participação da Animoca Brands, a16z, Paradigm, entre outros.
A empresa afirma que alguns usuários já conseguiram recuperar parte dos fundos desde abril, quando reabriu a ponte com a Binance para permitir que investidores retirassem wETH da Ronin e o transformasse em ETH na corretora.
Desde então, 46.000 wETH foram transferidos através dessa ponte com a Binance.
Porém, os 56.000 wETH que pertencia ao tesouro do Axie DAO, por exemplo, vão permanecer subgarantidos enquanto a Sky Mavis tenta recuperar as criptomoedas roubadas.
A nova versão da Ronin
O relançamento conta com novos mecanismos que não existiam na versão anterior e que vão atuar como medida de segurança, como o Ronin Circuit Breaker System, que estabelece limite de saques aos usuários com base no valor que pretendem retirar da rede.
Para saques menores de US$ 1 milhão (nível 1), a solicitação deve ser aprovada por 70% dos validadores. Se esse limite for ultrapassado (nível 2), a barra de aprovação sobe para 90% dos validadores. Já os saques do nível 3, que superam US$ 10 milhões, podem passar por um processo de revisão humana que pode durar sete dias.
O contrato inteligente também foi atualizado, permitindo que validadores possam definir um limite diário de retirada de criptomoedas da bridge.
Inicialmente, o limite diário de saques está definido em US$ 50 milhões. Caso ele seja atingido no início do dia, um administrador irá redefinir o limite para saques de nível 1 e 2.