Conforme informações da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), publicada nesta terça (5) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção industrial do Brasil cresceu 0,3% em maio, na comparação com abril, na quarta alta mensal consecutiva.
O resultado de maio não foi suficiente para eliminar a recuo de 1,9% registrado em janeiro. Portanto, a indústria segue com um nível de atividade abaixo do padrão pré-pandemia.
Em comparação com maio de 2021, o avanço foi de 0,5%. As expectativas de economistas consultados pela Reuters eram de avanço de 0,7% na variação mensal e de 1,1% na base anual.
O número também veio abaixo do esperado pelo consenso Refinitiv, que apontava para alta de 0,7% na comparação com abril, enquanto a expectativa na comparação anual era de avanço de 1,1%.
As expectativas em pesquisa da Reuters com economistas eram de avanço de 0,7% na variação mensal e de 1,1% na base anual.
No ano, a indústria acumula alta de 2,6%. Em 12 meses, porém, a queda acumulada foi ampliada para -1,9%, contra -0,3% nos 12 meses até abril.
“Com esses resultados, o setor industrial ainda se encontra 1,1% abaixo do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020) e 17,6% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011″
disse o IBGE
Segundo a entidade, entre os fatores que limitam a recuperação da indústria está a inflação em patamares mais elevados reduzindo a renda das famílias, taxa de juros alta encarecendo o crédito e o mercado de trabalho que ainda permanece com a característica de uma massa de rendimentos que não mostra avanço.
“O setor industrial ainda tem um espaço grande a ser recuperado frente a patamares mais elevados da série histórica. Ainda permanecem a restrição de acesso das empresas a insumos e componentes para a produção do bem final e o encarecimento dos custos de produção. Várias plantas industriais prosseguem realizando paralisações, reduções de jornadas de trabalho e concedendo férias coletivas, com a indústria automobilística exemplificando bem essa situação nos últimos meses”
declarou André Macedo, gerente da pesquisa industrial mensal.
Em comparação com fevereiro de 2020, metade das 26 atividades industriais ainda não conseguiram recuperar o patamar produtivo.
Dentre as 13 que recuperaram o patamar pré-pandemia, a que mais se destaca é a de máquinas e equipamentos, cuja produção em maio estava 22,6% em relação ao mês anterior ao início da crise sanitária. No lado oposto, a atividade de móveis é a que está mais distante da recuperação, operando 23,6% abaixo.
Destaques do mês de maio
Três das quatro grandes categorias econômicas e 19 das 26 atividades industriais pesquisadas apontaram avanço na produção em maio.
Entre os ramos industriais, as influências positivas mais importantes foram na produção de máquinas e equipamentos (7,5%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (3,7%), com ambas voltando a crescer após recuarem no mês anterior: -3,1% e -4,6%, respectivamente.
Já as principais quedas foram em indústrias extrativas (-5,6%) e outros produtos químicos (-8,0%).
“De uma maneira geral, há uma melhora no desempenho da indústria nos últimos quatro meses que pode estar relacionada às medidas de incremento da renda implementada pelo governo (liberação de recursos do FGTS e antecipação do 13º para aposentados e pensionistas). Isso pode estar trazendo algum impacto positivo para o setor industrial, além da evolução no mercado de trabalho com a redução da taxa de desocupação. São fatores que devem ser considerados para entender o comportamento positivo da indústria nesse momento”
explicou o gerente
Entre as grandes categorias econômicas, bens de capital (7,4%) e bens de consumo duráveis (3,0%) tiveram as taxas positivas mais acentuadas em maio de 2022, com ambas voltando a crescer após recuarem em abril.
O setor de bens de consumo semi e não duráveis (0,8%) também cresceu, mas com ritmo abaixo do verificado no mês anterior (2,3%). O segmento de bens intermediários (-1,3%) foi o único que recuou em maio, interrompendo três meses consecutivos de avanço na produção.