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Por que é importante compreender a macroeconomia?

Em meio a um cenário de recessão global, que envolve diferentes contextos e abordagens político-econômicas, saber o que é macroeconomia – e no que implica – se torna cada vez mais importante.

Dentro das Ciências Econômicas, a macroeconomia faz parte do campo do conhecimento que foca em estudar a correlação e estrutura de fatores que determinam o comportamento de grandes agregados – produto, renda e despesa.

Como a própria palavra já antecipa, este campo implica em uma abordagem macro, ou seja, analisa a economia de forma mais ampla, a partir de variáveis e indicadores importante para tomadas de decisão.

Neste artigo, destacamos os principais pontos que te mostrarão o porque da abordagem macroeconômica ser relevante para ter em seu radar – independentemente de sua área de atuação e formação.

Qual a origem da macroeconomia?

Os primeiros usos do termo “macroeconomia” surgiram durante a década de 30, a partir da crise econômica causada pela quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque, em 1929.

Na época, o estudo macroeconômico, endossado pelo economista britânico John Maynard Keynes, se mostrava como um movimento que se opunha ao modelo econômico vigente no continente Europeu.

Com este novo pensamento, Keynes escreveu o que seria a primeira grande obra literária macroeconômica: “Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda”, publicada em fevereiro de 1936.

Como consequência, se deu início a chamada “Revolução Keynesiana” – ou Keynesianismo.

Partindo do contexto deflagrado pela Crise de 29, Keynes destacou que as falências das inúmeras empresas norte-americanas não foram motivadas pelo comportamento de mercados individuais, mas sim pelo conjunto que regia toda a economia global.

Portanto, o que importava, naquele caso, era a macroeconomia, não a micro.

Diferença entre macro e microeconomia

Naturalmente, enquanto o foco da macroeconomia é mais amplo, a microeconomia traz uma análise mais individualizada destes processos.

Com a microeconomia, podemos entender as correlações e funcionamento de aspectos mais específicos, já ligados com tomadas de decisão de instituições e organizações.

Então, podemos dizer que a microeconomia estuda o âmbito individual do comportamento econômico, podendo fazer parte da realidade de uma empresa, por exemplo.

“A macroeconomia é a parte da economia que busca entender o comportamento da economia como um todo, e não apenas do ponto de vista do indivíduo ou da empresa, mas sim do ponto de vista do conjunto de indivíduos e de empresas”, disse a Profª Drª Luiza Peruffo, da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade do Rio Grande do Sul.

Porém, os dois campos de estudo se relacionam, uma vez que os movimentos analisados na macroeconomia repercutem nas dinâmicas das ações pertencentes à microeconomia.

Como a macroeconomia funciona na realidade?

A análise macroeconômica recai sobre o estudo de indicadores e variáveis que, quando relacionados, podem indicar a formação e estágio de determinado ciclo econômico de um país.

Porém, vale ressaltar que a macroeconomia não diz respeito apenas de um comportamento de um país, mas também pode ser aplicada para uma determinada região ou estado.

Entre as diferentes características que a macroeconomia busca compreender, estão as flutuações de curto prazo e, no outro extremo, os processos que determinam o crescimento econômico de longo prazo ou o aumento da capacidade de um país em geração de riqueza.

Dessa forma, os apontamentos e considerações trazidas pela abordagem macroeconômica se tornam úteis para governos construírem o caminho pelo qual levarão a economia e política de uma nação.

Conforme a teoria resgatada pela professora, a construção das análises ocorrem a partir de cinco mercados:

  1. Mercado de Bens e Serviços: relacionado à produção e nível de preços de cada país
  2. Mercado de Trabalho: determina a taxa de salários e nível de emprego da população;
  3. Mercado Monetário: analisa a demanda da moeda e, consequentemente, oferta da mesma e taxa de juros;
  4. Mercado de Títulos: junto com o Monetário, constitui o Mercado Financeiro;
  5. Mercado Cambial;

“O motivo pelo qual a macroeconomia estuda isso é para tentar entender o que faz um país prosperar, ou seja, que tipo de políticas econômicas um governo deveria por em prática para gerar crescimento econômico”, explicou Peruffo.

Mas, mesmo que a macroeconomia toque em pontos relacionados à tendências globais, a aplicação destas políticas são particulares de cada país, já que “nunca é possível reproduzir as mesmas condições de um país em outro”, conforme a professora.

“A começar por questões mais objetivas, como o território, os recursos naturais, o clima, a saída ou não para o mar. Ou passando por questões que não de pode mudar, como a história daquele país”, completou.

Qual a importância da macroeconomia?

Tanto para instituições quanto para cidadãos, compreender o cenário macroeconômico dá a possibilidade de antecipar possíveis movimentos da economia e do mercado – nacional e internacional.

E, com isso, passar a agir e tomar decisões que preservem seu patrimônio e, consequentemente, negócio e qualidade de vida.

Uma vez que as metas trazidas pela abordagem macroeconômica resultam na estabilidade para a vida da população como um todo, buscar o conhecimento de base nesse campo do conhecimento pode ser vantajoso para a sua própria trajetória.

Entre em contato com a redação Money Crunch: [email protected]

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