Conforme relatório publicado nesta segunda (2) pela S&P Global, o Índice Gerente de Compras (PMI, na sigla em inglês) do setor industrial do Brasil registrou uma pequena alteração em dezembro, indo para 44,2. No mês anterior, estava em 44,3 pontos.
Dessa forma, essa é a segunda deterioração mais forte no setor desde maio de 2020. Dezembro de 2022 foi o segundo mês seguido em que o índice ficou abaixo de 50, marca que separa crescimento de contração. A média do quarto trimestre foi a mais fraca desde o segundo trimestre de 2020, segundo a S&P Global.
“Com os clientes adiando ou cancelando as compras em meio à incerteza fiscal e econômica, as empresas reduziram novamente os níveis de compra e o quadro de funcionários efetivos. A demanda fraca de insumos, por sua vez, levou a uma melhoria recorde nos prazos de entrega dos fornecedores. Os dados de dezembro também mostraram um novo aumento, embora moderado, tanto nos preços de insumos quanto nos custos de produção”, afirma um trecho do relatório.
No cenário internacional, a S&P Global apontou que o índice de novos pedidos para exportação caiu em um dos maiores graus já vistos desde o início da coleta de dados, há quase 17 anos. A demanda enfraquecida foi vista principalmente na Europa, América Latina e Estados Unidos.
Com novos pedidos em declínio, o quadro de funcionários efetivos das empresas contraiu, de forma que a taxa de emprego caiu no ritmo mais rápido em dois anos e meio.
Paralelamente, o atual período de contração da compra de insumos se estendeu para três meses, a segunda maior taxa desde maio de 2020.
Por outro lado, essa fraca demanda de insumos fez com que ocorresse um alívio sobre os fornecedores: a média dos prazos de entrega diminuiu pelo segundo mês consecutivo e em um ritmo de valor recorde da pesquisa.
Outro aspecto evidenciado pela pesquisa foi o excedente de capacidade das empresas, sinalizado pela queda de negócios pendentes – a décima nona no mesmo número de meses e uma das mais fortes em quase dezessete anos de coleta de dados.
Os estoques de produtos acabados também sofreram redução em dezembro, encerrando uma sequência de sete meses de acúmulo. Nesse caso, a redução foi associada às vendas fracas.
Entre os fatores que levaram a aumentos nos custos, as empresas citaram: desvalorização do real, escassez de semicondutores e preços altos para alguns itens.
Da mesma forma, os preços de venda aumentaram pela primeira vez em três meses, embora moderadamente. Algumas empresas procuraram transferir os aumentos de custos para seus clientes,
enquanto outras contiveram o aumento de seus honorários em meio a tentativas de estimular a demanda”, complementou a S&P Global.
O relatório finaliza afirmando que houve uma melhora na confiança nos negócios em dezembro, “à medida que as empresas esperavam que políticas públicas favoráveis e relações internacionais fossem um bom presságio para as perspectivas de crescimento”.
O cenário otimista também foi complementado por planos de expansão, investimentos, diversificação de produtos e antecipação de vendas maiores.
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