Segundo relatório divulgado nesta quarta-feira (1º) pela S&P Global, o setor industrial do Brasil apresentou fortalecimento na passagem de dezembro para janeiro. O Índice Gerente de Compras (PMI, na sigla em inglês) industrial foi de 44,2 para 47,5 pontos no período.
Portanto, de acordo com a agência, o resultado mostra uma deterioração mais lenta nas condições de negócios no atual período de três meses de queda. O resultado foi influenciado principalmente das reduções mais lentas nos índices de novos pedidos e produção.
Os fabricantes de produtos indicaram que a demanda fraca, o aumento dos preços e a incerteza da política fiscal diminuíram as vendas em janeiro. A queda mais recente no índice de novos pedidos foi a quarta em meses consecutivos, embora a mais lenta desde outubro.
afirma um trecho do relatório da S&P Global
Principais pontos levantados
Em meio a condições econômicas desafiadoras a nível global e temores de recessão teriam restringido as vendas internacionais em janeiro, algumas empresas mencionaram uma demanda mais fraca da América Latina em particular.
O índice que mede os novos pedidos para exportação recuou a uma taxa acentuada, uma das mais rápidas observadas nos 17 anos de história da pesquisa.
Dessa forma, a demanda fraca subjacente levou as empresas a reduzir os volumes de produção em janeiro.
Outro ponto levantado pelos participantes da pesquisa foi o cancelamento e adiamento de pedidos
existentes. A produção caiu a um ritmo sólido, mas ainda assim o mais lento no atual período de três meses de contração.
Em meio a relatos de preços mais altos de alimentos, metais, plásticos e alguns componentes importados, os custos médios continuaram a aumentar em janeiro. A taxa de inflação atingiu a
continuou a S&P Global
maior alta em cinco meses, mas foi uma das mais lentas registradas em quatro anos.
O mês de janeiro também registrou uma diminuição da inflação dos custo de produção, de forma que algumas empresas buscaram repassar os aumentos de custos para seus clientes, mas outras ofereceram descontos devido à demanda fraca, condições competitivas e excesso de estoques.
Ao lado das preocupações com a situação econômica e política atual, a queda nas vendas impediram que as empresas comprassem insumos extras no período. Com isso, os níveis de compra caíram pelo quarto mês consecutivo e de forma sólida, embora em um ritmo mais lento desde outubro passado.
A demanda fraca por insumos fez com que os fornecedores tivessem maior disponibilidade de materiais em estoque. Por sua vez, os prazos médios de entrega diminuíram pelo terceiro mês consecutivo em janeiro.
Na visão de Pollyanna De Lima, Diretora Associada de Economia da S&P Global, o ambiente atual de negócios do Brasil continua difícil, permeado por fabricantes enfrentando uma demanda fraca subjacente e o adiamento de projetos existentes devido a um mercado inflado, altos custos de empréstimos e preocupações com políticas públicas”.
Para o futuro, a economista destacou que as empresas mantiveram um tom otimista em relação ao horizonte de 12 meses, esperando uma recuperação da demanda.
“Uma área a ser observada nos próximos meses são os preços de insumos, que começaram a ganhar força depois de recuar na virada do ano. Por enquanto, a taxa de inflação permanece substancialmente abaixo da maior parte das verificadas nos últimos quatro anos. Da mesma forma, as cobranças estão
subindo apenas moderadamente, pois as empresas continuam a absorver a maior parte de seus encargos de custos adicionais na tentativa de garantir novos trabalhos, transferir estoques em excesso e lidar com a concorrência.”, finaliza.
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