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PMI de serviços do Brasil em dezembro cai para mínima de 19 meses

Após registrar 51,6 pontos em novembro, o índice que mede a atividade de negócios do setor de serviços (PMI, na sigla em inglês) do Brasil recuou para 51 em dezembro, de acordo com a S&P Global. Com isso, o indicador está agora na mínima de 19 meses.

O relatório vinculou a queda às “distrações políticas e fechamentos associados à Copa do Mundo”, de forma que o volume de novos pedidos aumentou a um ritmo sólido e acelerado, mas as empresas reduziram o número de empregos pela primeira vez desde maio de 2021, em meio à falta de pressão sobre as capacidades operacionais.

Por outro lado, houve uma melhora na confiança nos negócios. Os entrevistados da pesquisa preveem maior clareza em torno de políticas públicas, inflação controlada, investimento e melhores condições de demanda.

A empresas citaram que a produção foi sustentada por parcerias bem-sucedidas, conquistas de novos clientes e resiliência da demanda.

Mesmo em meio à desaceleração, empresas do setor de serviços seguiram registrando nível altos de entrada de novos negócios em dezembro. A taxa de aumento foi sólida e acelerada em relação à mínima de um ano e meio em novembro.

Em nichos nos quais o crescimento ocorreu, os participantes da pesquisa mencionaram força da demanda, planejamento de eventos e bases de clientes expandidas.

Em relação ao horizonte de 12 meses, a confiança dos negócios melhorou em relação à mínima de treze meses em novembro, ficando acima da média da pesquisa.

Contudo, a redução do índice de emprego foi a primeira em dezenove meses. A reestruturação, os esforços de redução de custos e a incerteza política causaram a redução de postos de trabalho em algumas unidades, enquanto algumas empresas contrataram pessoal adicional devido a novos pedidos em andamento.

Dezembro também registrou um excedente de capacidade entre os provedores de serviços, pois os volumes de negócios pendentes diminuíram. A taxa de redução foi acentuada, mas a mais fraca em seis meses.

Por conta da valorização do dólar sobre o real, pressões salariais, maiores custos de empréstimos e preços mais altos de alguns materiais, as empresas do setor de serviços indicaram um novo aumento em suas despesas operacionais.

Os aumentos de custos continuaram a ser transferidos aos clientes. No entanto, a taxa de inflação em dezembro diminuiu para o patamar mais baixo em três meses.

Pollyanna De Lima, Diretora Associada de Economia da S&P Global, considera que o desempenho do setor de serviços do Brasil ao final de 2022 foi decepcionante, considerando principalmente a força com a qual o ano começou.

Parte da fraqueza observada em dezembro foi atribuída a futuras políticas públicas pouco claras, enquanto algumas empresas fecharam suas portas durante os jogos da Copa do Mundo […] As empresas de serviços apresentaram sinais mistos para 2023. Por um lado, a confiança nos negócios foi fortalecida, alinhada às expectativas de melhores condições econômicas com uma maior clareza das políticas públicas. Inflação controlada, investimentos e previsões de melhores condições de demanda também aumentaram o otimismo.

afirmou a executiva

PMI Composto do Brasil em dezembro

Os dados apurados pela S&P Global em dezembro indicaram um segundo declínio consecutivo na atividade do setor privado em todo o Brasil.

O PMI composto caiu de 49,8 em novembro para 49,1 em dezembro, com os fabricantes de produtos brasileiros registrando a maior redução desde maio de 2020.

Os novos pedidos agregados se mantiveram estáveis no final do ano. Já o emprego no setor privado diminuiu pela primeira vez em dezenove meses, uma vez que as empresas de serviços se juntaram às suas contrapartes da indústria na redução de empregos.

Entre em contato com a redação Money Crunch: [email protected]

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