Nas informações contidas no Relatório de Mercado Focus, publicado hoje (19) pelo Banco Central, economistas do mercado financeiro continuaram a melhorar as estimativas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022 e do comportamento da inflação para 2022 e 2023.
Porém, ao mesmo tempo, o relatório indicou deterioração do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) para 2024, para onde caminha o horizonte relevante de política monetária.
Expectativas para o PIB
A projeção para a alta do PIB em 2022 saltou de 2,39% para 2,65%, 12ª alta seguida, contra 2,02% há um mês. Para 2023, a estimativa continuou em 0,50%, ante 0,39% um mês antes.
Considerando apenas as 68 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB no fim de 2022 avançou de 2,61% para 2,70%. No caso de 2023, houve 67 atualizações nos últimos cinco dias úteis, com variação da mediana de 0,55% para 0,50%.
Ainda, o Focus mostrou redução na projeção para o crescimento do PIB em 2024, de 1,80% para 1,70%. Para 2025, a mediana foi mantida em 2,00%. Quatro semanas atrás, as taxas eram de 1,80% e 2,00%, respectivamente.
Relação entre o resultado primário e o PIB de 2022
O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal implica no saldo já após as despesas com juros.
Neste parâmetro, a pesquisa mostrou um prognóstico mais favorável, com o superávit previsto subindo de 0,50% para 0,75%. Há um mês, o porcentual era de 0,30% do PIB. Já a relação entre déficit nominal e PIB em 2022 passou de 6,75% para 6,70%, contra 6,80% de um mês atrás.
Na projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2022, o relatório trouxe alteração, com a mediana passando de 59,00% para 58,70%, de 59,00% um mês atrás.
Em relação a 2023, a estimativa para a dívida líquida em relação ao PIB subiu de 63,05% para 63,17%, de 63,65% há um mês. A mediana para o déficit primário continuou em 0,50% do PIB.
Para o rombo nominal, a projeção permaneceu em 7,70% do PIB. Há quatro semanas, os porcentuais eram negativos em 0,47% e 7,70%, respectivamente.
Projeção para o IPCA
Para 2022, a estimativa para alta do IPCA foi reduzida pela 12ª semana seguida, de 6,40% para 6,00%. O resultado é reflexo das desonerações patrocinadas pelo governo para baixar combustíveis e energia e também do recuo dos preços de gasolina. Há 30 dias, a projeção era de 6,82%.
Em relação a 2023, a mediana recuou pela quinta semana consecutiva, de 5,17% para 5,01%, contra 5,33% quatro semanas antes.
Levando em conta somente as 104 estimativas atualizadas nos últimos 5 dias úteis, a mediana para 2022 passou de 6,06% para 5,93%. Para 2023, variou de 5,05% para 5,00%.
A mediana para o IPCA de 2024 contrariou o movimento firme observado nas projeções para 2022 e 2023, avançando pela terceira semana seguida, de 3,47% para 3,50%, contra 3,41% há um mês. A previsão para 2025 permaneceu em 3,00%, porcentual igual ao de 62 semanas atrás.
Contudo, mesmo com a melhora considerável nas últimas semanas, as medianas divulgadas na Focus continuam a apontar para três anos consecutivos de estouro da meta, após o descumprimento do mandado do Banco Central em 2021, com o IPCA de 10,06%.
A meta para 2022 é de 3,50%, com tolerância superior de até 5,00%, enquanto, para 2023, a meta é de 3,25%, com banda até 4,75%. Já para 2024 e 2025, a meta é de 3,00%, com intervalo de 1,5% a 4,5%.
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