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Ouro tem maior valorização da história no 1º tri, em meio aos sinais de recessão nos EUA

No 1º trimestre de 2023, em meio a turbulências na economia e crises de liquidez afetando o setor bancário dos Estados Unidos e Europa, o ouro foi um dos ativos que se destacou positivamente, registrando valorização de 8,00% e finalizando os primeiros três meses do ano cotado aos US$1.968 por onça (~28,35g). Este foi o maior fechamento trimestral da história do metal precioso.

Historicamente, o ouro é um ativo que apresenta uma boa performance em períodos de anomalia financeira, conforme lembra Renan Zanella, analista da Convex Research.

“Muitas pessoas acreditam que é só em períodos de inflação, mas ele também foi utilizado em períodos de deflação, como foi a depressão dos anos 30, logo depois da crise de 1929. Então, o ouro é um ativo importante em um cenário inflacionário e em um cenário deflacionário”, afirma Zanella.

Por conta disso, o ouro é considerado como uma reserva de valor, já que mesmo em períodos de incerteza a volatilidade mais alta no mercado, ele se mantém como um ativo para proteger o patrimônio dos investidores de prejuízos ainda maiores.

Sinais de recessão nos Estados Unidos

A recente valorização do metal se deve, principalmente, ao crescimento dos sinais de uma possível recessão nos Estados Unidos.

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“Os sinais de recessão nos Estados Unidos estão se acumulando tanto por por indicadores de antecedentes compostos quanto por outros indicadores mais tradicionais, como a inversão da curva de juros, o PMI industrial, o Leading Economic Indicador, da Conference Board. Vários indicadores apontando pro mesmo ponto, de que a gente vai ter uma recessão”, explicou o analista.

Um indicador tradicional emitiu mais um sinal nesta quarta-feira (5). O relatório de Emprego ADP mostrou que os EUA criaram 145 mil vagas no setor privado no mês de março, abaixo do esperado pelo mercado, que projetava a criação de 200 mil vagas.

“Nossos dados de emprego são um dos vários sinais de que a economia dos EUA está desacelerando”, afirmou Nela Richardson, economista-chafe da ADP.

O analista da Convex também lembra que desde o início da crise bancária, protagonizada pelo Silicon Valley Bank e por outros bancos norte-americanos, a economia norte-americana passou a dar sinais de arrefecimento das pressões inflacionárias.

A partir disso, ele ressalta que a reação do mercado foi de começar a precificar um fim do ciclo de aperto monetário no segundo semestre.

“Historicamente – principalmente desde os anos 2000 – sempre que existe uma queda na taxa de juros o ouro tende a ter uma performance muito boa nos meses e anos seguintes. Esse é o principal ponto de curto prazo”, acrescenta o analista.

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Entre em contato com a redação Money Crunch: [email protected]

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