O conceito de Antifragilidade foi criado pelo matemático e filósofo Nassim Nicholas Taleb para abordar a assimetria de riscos.
No best seller “Antifrágil: coisas que se beneficiam com o caos”, publicado em 2012, Taleb mostra que quando um sistema antifrágil é exposto à desordem e ao caos, ele é capaz de absorver o choque e reverter a crise a seu favor.
A antifragilidade pode ser aplicada em diversas áreas, mas, especificamente no campo econômico, ela privilegia uma análise que considera o lado humano da economia. “Temos que parar de tratar a economia como se fosse algo mecânico”, disse Richard Rytenband, economista e CEO da Convex Research, durante uma participação no TED Santos em 2018.
É exatamente o oposto disso que os países antifrágeis fazem.
Segundo Rytenband, uma economia se fragiliza por alguns motivos principais. Sâo eles: centralização do sistema, intervencionismo ingênuo, dívidas e falta de “pele em risco”.
Em sistemas centralizados, o risco de prejuízo em cascata se torna muito maior, já que com a falência ou danificação dos principais pontos focais, uma rede inteira se contaminaria com o caos. Para buscar uma possível solução, o economista demonstra que o certo a ser fazer é construir uma rede descentralizada, na qual exista a filosofia de pensar em termos locais.
O segundo ponto, intervencionismo ingênuo, foi comparado por Rytenband como similar ao conceito de Iatrogenia, que nada mais é do que os efeitos colaterais de um tratamento serem superiores aos danos da própria doença em si.
Trazendo este contexto para a economia, o intervencionista ingênuo exagera nas tentativas de correção, e deixa de focar em sinais concretos e de executar decisões que venham de baixo para cima.
Ainda dentro do comportamento tido como frágil, é preciso ficar atento ao problema do endividamento para as economias. “A dívida é sempre uma escravidão para um país”, pontua. Um país endividado perde a margem de manobra e também autonomia para tomar decisões me prol da nação.
Outra característica primordial para se compreender os motivos pelos quais determinados países possuem uma economia frágil é a falta de diversidade na produção. Em países ricos, existe o foco em se produzir produtos de alto valor agregado, fazendo emergir outro tipo de sociedade e exigências.
Cenário diferente do que ocorre em países pobres, os quais na maioria das vezes possuem a produção focada em commodities e recursos naturais.
Por fim, o último aspecto que Rytenband destacou como pertencente de uma economia frágil é a falta de “pele em risco”, ou seja, um cenário no qual poucas pessoas tomam decisões que possam vir a prejudicá-las.
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