O investidor que tenta acertar topos e fundos incansavelmente e está sempre em busca da aplicação “da moda”, seguindo a manada em busca de ganhos astronômicos em um curto espaço de tempo, costuma ter uma vida curta no mercado financeiro.
Para Richard Rytenband, economista e CEO da Convex Research, que investe desde os 13 anos, o investidor precisa de conhecimento, disciplina e paciência para conseguir ter sucesso com as finanças no longo prazo.
“É o tempo, não o timing, que importa nos mercados. As grandes oportunidades (aquelas de mudança de patamar em termos de patrimônio) estão destinadas àqueles que estão vivos para aproveitá-las, enquanto a maioria já ficou pelo caminho por negligenciar riscos e correr atrás de ‘qualquer’ oportunidade”, explica.
No mercado financeiro, a palavra “timing” é utilizada como referência nas operações em que o investidor tenta acertar o exato momento de entrada e saída, tentando sempre ganhar o máximo de dinheiro no menor tempo possível.
O próprio Rytenband aprendeu logo cedo a importância de sobreviver no mercado e ter um bom conhecimento. Seu primeiro investimento no mercado acionário aconteceu no começo dos anos 1990, na empresa Ferro-Ligas. Ele aplicou todo capital que tinha nas ações da companhia, que pouco tempo depois acabou falindo.
“Logo na minha primeira operação eu consegui perder tudo, mesmo com a minha tese de investimento se provando correta anos depois. Como a ordem do trajeto importa, não adiantou nada estar certo depois de anos, se eu já estava quebrado. Passada esta dura lição me preparei por anos com foco em sobreviver primeiro, para depois poder desfrutar dos retornos exponenciais que o mercado oferece”, diz o CEO da Convex.
A criação da Convex Research foi baseada justamente nestes princípios. Com uma filosofia de investimento bem definida e focada na preservação de capital, a casa de análises consegue entregar retornos muito acima da média do mercado em suas recomendações de investimentos.
O segredo, segundo Rytenband, é adotar uma postura de investimentos convexa, que consiste em diminuir as chances de perdas (e limitá-las), enquanto os ganhos potenciais se tornam mais prováveis e ilimitados. A partir daí, com tranquilidade de que o patrimônio está protegido, o investidor pode buscar assimetrias em diversos tipos de ativos.
Ele destaca que o investidor não pode prever o mercado, mas deve sempre estar precavido para oscilações e eventos inesperados. “Devemos ser humildes perante os sinais de com isso gerenciar nossa exposição ao longo do tempo”, afirma.