Entre março de 2020 e o começo de 2021, o preço do bitcoin deu um salto de mais de 800%, passando da faixa dos US$ 6 mil para mais de US$ 58 mil.
No entanto, desde o início de abril deste ano, a cotação da criptomoeda sofreu forte queda e já perdeu a faixa dos US$ 30 mil nesta terça-feira (20).
Mas será que depois dessa desvalorização recente, podemos acreditar que o ciclo de alta do bitcoin se encerrou?
De acordo com Richard Rytenband, economista e CEO da Convex Research, e Thata Saeter, CMO e CTO da Convex, essa desvalorização pode ser considerada uma correção dos preços de curto prazo, e não como o final do ciclo de alta. Este ainda não acabou e permanece intacto, mesmo com a queda recente.
“O ciclo de alta não se encerrou. Estamos apenas lidando com uma descontinuidade de curto prazo”, diz Rytenband.
A Convex Research utiliza modelos complexos para analisar os ativos, entender seus fundamentos e todas as etapas do ciclo de mercado. O CFM (Cripto Fragility Model) é um modelo criado especificamente para criptomoedas, baseado nos conceitos de antifragilidade e utilização de inteligência artificial para mapeamento do mercado.
O sistema usa a tecnologia de Big Data (grandes quantidades de dados) para coletar e analisar milhares de informações do ecossistema de cada criptomoeda.
Isso garante à casa de análise bastante convicção para compreender o que está acontecendo e se preparar para movimentos bruscos, como a queda que aconteceu recentemente.
Esse movimento do bitcoin e outras criptomoedas já vinha sendo antecipado pela equipe da Convex, que captou uma série de sinais por meio dos modelos matemáticos utilizados.
“O ciclo de alta se iniciou entre o final de 2018 e o começo de 2019, com o fim do chamado inverno cripto, ou mercado de baixa das criptomoedas. A partir de 2020, passamos a ver a entrada de muitos investidores institucionais e fomos saindo dos estágios iniciais para entrarmos em uma etapa intermediária do ciclo de alta”, afirma Rytenband.
Ele aponta que depois da pernada de alta mais recente, com quebras de recordes históricos do bitcoin, muitas pessoas começaram a comprar baseadas apenas no preço da tela. Estes foram os investidores que mais sofreram com a forte baixa que aconteceu logo depois.
“Com o nível de preço atual, já estamos vendo um movimento em que até mesmo alguns investidores mais otimistas estão jogando a toalha”, destaca.
Segundo ele, neste momento em que os investidores menos experientes começam a se desinteressar pelo ativo e muitos realizam o prejuízo, os institucionais voltam a realizar compras para aproveitar a janela de oportunidade provocada pela correção.
“Mas ninguém fica sabendo na hora. Esse tipo de investidor não avisa sobre seus passos antecipadamente. O mercado só vai descobrir quem comprou na baixa meses depois, quando o preço já voltou a subir”, pondera o economista.
Ter conhecimento de base é fundamental
É importante lembrar que, no mercado financeiro – em especial no universo das criptomoedas – os preços nunca se movem em linha reta e sempre existe volatilidade.
Por isso, ter conhecimento para entender o momento correto de montar, aumentar ou diminuir sua exposição é fundamental se você quiser ser um investidor de sucesso das criptomoedas.
Rytenband lembra que no mercado de criptomoedas, a necessidade de ter uma exposição controlada e baseada em fundamentos é ainda mais evidente por conta das grandes oscilações. “As criptomoedas são a classe de ativos mais volátil do planeta. Por isso, é preciso se expor da maneira correta”, alerta.