Um levantamento da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) mostrou que mais de 39% adultos brasileiros estão endividados, o maior número já registrado pela série histórica, que é feita desde 2014.
Até julho desde ano, aproximadamente 63 milhões e 200 mil pessoas no Brasil estavam endividadas. Entre os meses de julho e julho, o número de adultos que deixaram de pagar suas dívidas aumentou quase 1%, atingindo uma quantidade 8,7% maior em relação ao mesmo período do ano passado.
O aumento se deu, principalmente, para devedores que devem pagar as contas entre 90 dias e um ano.
Segundo Merula Borges, especialista financeira do CNDL, embora vários índices da economia tenham melhorado, há outros fatores que devem afetar as taxas de juros e manter um cenário de inadimplência nos próximos meses.
O desemprego baixou mas a renda caiu. O PIB aumentou mas a comparação é com uma base muito baixa. O Banco Central está terminando o ciclo de alta na Selic, mas os efeitos do que ele aumentou nos últimos tempos ainda vão chegar na economia
disse a especialista em entrevista à Agência Brasil
A pesquisa mostrou que em média, o brasileiro deve R$3.600. De todas as dívidas, 60% são provenientes de instituições bancárias. A maior parte dos endividados (45%) está na faixa etária de 30 a 39 anos
Porém, enquanto as dívidas com os bancos cresceram cerca de um terço no período de um ano, seguidos de dívidas de água e luz, as comunicações e o comércio foram os setores que tiveram queda no total de dívidas atrasadas.
Inadimplência é maior para o público feminino
Entre os endividados no mês de julho, 80% correspondiam à mulheres, conforme uma pesquisa da Confederação Nacional do Comércio, de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
No início deste ano, a percentagem de consumidoras nessa situação era de 72%. O percentual de brasileiros com dívidas em atraso é o maior em 12 anos.
Nós temos, por exemplo, 31% de mulheres hoje com algum tipo de dívida ou conta atrasada, enquanto entre o público masculino essa proporção ela se aproxima de 28%. Isso mostra que para elas está mais difícil de fechar todas as contas no mês, de conseguir pagar todas as contas e dívidas dentro de um mês
explicou Izis Ferreira, economista da CNC, em entrevista ao Jornal Nacional
A pesquisa da CNC indicou que 78% das famílias brasileiras estavam endividadas e 29% estavam com contas atrasadas no mês passado. Os valores equivalem a altas de 0,7% e de 0,5%, respectivamente, na comparação com junho.
A alta dos indicadores de inadimplência, após queda nos meses de abril, maio e junho, indica que as medidas extraordinárias de suporte à renda, como os saques extras do FGTS e a antecipação do 13º salário aos beneficiários do INSS, aparentemente tiveram efeito momentâneo no pagamento de contas ou dívidas já atrasadas, concentrado no segundo trimestre deste ano
afirmou Roberto Tadros, presidente da CNC
Além de contribuir para o avanço de trabalhadores informais, a inflação alta achata os rendimentos, dificultando a organização do orçamento familiar.
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