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“É preciso fazer uma análise racional e evitar torcida”; após eleições, Richard Rytenband avalia cenário econômico

O resultado das eleições presidenciais no último domingo, com a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre Jair Bolsonaro (PL) mostrou uma disputa acirrada e um país polarizado – foram 50,90% de votos válidos para o petista contra 49,10% para o candidato à reeleição.

O economista e CEO da Convex Research, Richard Rytenband, destacou que o momento é de pensar racionalmente, evitando ações passionais e “economizando energia” para o que realmente importa: defender seu patrimônio e utilizar as assimetrias que eventualmente aparecerem para conseguir retornos melhores.

“É preciso fazer uma análise racional, fria, sem entrar em questões ideológicas e com isso perder a cabeça. É fundamental entender como está o cenário, quais são os desafios do Brasil e como você se encaixa em tudo isso”, disse Rytenband, durante live no Instagram após o resultado das eleições. Não é hora de torcida, é hora de ação. Senão você sofre muito e tem um défcit mental. Com isso, pode acabar tomando decisões que não são as mais apropriadas”, continuou o economista.

Ele elencou alguns pontos fundamentais que devem estar no radar dos investidores. Um deles é a situação macroeconômica global. “Primeiro tivemos um grande desafio em todo mundo com a onda inflacionária. Com a pandemia houve um choque de oferta, menos produtos sendo produzidos e muito dinheiro sendo injetado nas economias mundiais. Com isso, os preços dispararam, gerando inflação”, afirmou. “Agora, o desafio é a desaceleração da economia global, já migrando para um processo recessivo. Uma recessão global não é algo trivial e pega em cheio qualquer país. Este é um fenômeno que não pode ser desprezado”, complementou Rytenband.

Outro ponto importante é que a China, principal parceiro comercial do Brasil, está sofrendo uma mudança de regime econômico para a chamada “prosperidade comum”. “É uma china mais voltada para dentro, mais intervencionista e com um modelo totalmente diferente do que vimos desde 2001, quando o país entrou na Organização Mundial do Comércio. Como esses pontos afetam o Brasil? Há menos demanda pelos nossos produtos. Já vimos o preço das commodities caindo”, afirmou.

No cenário interno também há muitos desafios. “A situação das contas públicas está muito ruim. O Brasil aumentou muito as despesas e atacou regras fiscais. Quando se perde esse avanço institucional das regras fiscais corre-se um risco grande”, disse.

Além disso, a taxa de juros segue muito alta e a relação dívida/PIB também está elevada. “Quando descontamos a inflação, o juro real está em um patamar acima de 8%.  dívida pública está em um patamar alto em relação ao PIB. Vamos pagar um “caminhão de juros” da dívida pública”, alertou o economista.

Assista à live na íntegra clicando no link: https://www.instagram.com/p/CkW9PBSKyRC/

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