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“Mercado de trabalho brasileiro continua desaquecido”, diz economista da FGV

A última pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) sobre emprego mostrou uma queda no número de desempregados no país. No entanto, esse aumento do emprego formal não significa aquecimento do mercado de trabalho, segundo o economista Bruno Ottoni, pesquisador do IDados e do FGV IBRE.

Em artigo, Ottoni aponta que o mercado de trabalho brasileiro tem se recuperado dos prejuízos causados pela pandemia da Covid-19, mas apesar dessa recuperação, ainda há muita ociosidade, como é possível observar nos dados da PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) do IBGE.

O pesquisador mostra que a população ocupada aumentou bastante de 2015 para 2022. No entanto, a taxa de desemprego também subiu muito, passando de 7,5% para 11,2%.

Segundo Ottoni, o que explica um aumento da taxa de desemprego junto com o crescimento da população ocupada é o fato da população em idade de trabalhar ter aumentado ainda mais entre 2015 e 2022. Isso acarretou um aumento expressivo da população na força de trabalho no período.

“Em 2022 o mercado de trabalho está muito mais desaquecido (com maior ociosidade), comparativamente a 2015, mesmo havendo, agora, uma população ocupada muito maior”, destaca o pesquisador da FGV.

 Segundo ele, como houve envelhecimento populacional e aumento da população em idade de trabalhar, o estoque de empregos formais teria que ser em 2022 muito maior para garantir uma situação no mercado semelhante àquela que vigorava em 2015.

“Lembrando que naquele momento a taxa de desemprego já começava a subir em função da crise econômica do final do governo Dilma Rousseff”, destaca o economista.

Dados da PNAD

A taxa de desemprego no Brasil recuou para 11,2% no trimestre encerrado em fevereiro, queda de 0,4 ponto percentual na comparação com o trimestre anterior (11,6%). Com isso, o país soma 12 milhões de desempregados, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta quinta-feira (31) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Na comparação com o último trimestre, o número de pessoas em busca de trabalho caiu 3,1%.

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