Nesta quinta-feira (27), o Banco Central informou que a taxa média de juros no crédito livre passou de 40,6% ao ano em agosto para 40,4% ao ano em setembro. Este dado é visto como resultado da interrupção no ciclo de alta “intenso e tempestivo” da Selic realizado pelo Comitê de Política Monetária (Copom).
Em setembro do ano passado, essa taxa era de 30,5%.
Para as pessoas físicas, a taxa média de juros no crédito livre passou de 54,0% para 53,7% ao ano de agosto para setembro, enquanto para as pessoas jurídicas foi de 22,7% para 22,9%.
Destaque para o cheque especial
A taxa do cheque especial altou de 128,4% ao ano para 134,6% ao ano de agosto para setembro. No crédito pessoal, em sentido contrário, a taxa passou de 41% para 40,2% ao ano.
Desde 2018, os bancos estão oferecendo um parcelamento para dívidas no cheque especial. A opção vale para débitos superiores a R$ 200. Em janeiro de 2020, o BC passou a aplicar uma limitação dos juros do cheque especial, em 8% ao mês (151,82% ao ano).
Os dados divulgados pelo Banco Central mostraram ainda que, para aquisição de veículos, os juros foram de 27,4% ao ano em agosto para 27,0% em setembro.
A taxa média de juros no crédito total, que inclui operações livres e direcionadas (com recursos da poupança e do BNDES), foi de 28,8% ao ano em agosto para 28,6% ao ano em setembro. No nono mês de 2021, estava em 21,6%. .
Indicador de Custo de Crédito
Em setembro ante agosto, o Indicador de Custo de Crédito (ICC) subiu 0,2 ponto porcentual, aos 21,2% ao ano. O porcentual reflete o volume de juros pagos, em reais, por consumidores e empresas no mês, considerando todo o estoque de operações, dividido pelo próprio estoque.
Na prática, o indicador reflete a taxa de juros média efetivamente paga pelo brasileiro nas operações de crédito contratadas no passado e ainda em andamento.
Estabilidade do spread
O spread em operações de crédito apresentou estabilidade em setembro. Os dados publicados pelo BC apontaram que o spread bancário médio no crédito livre continuou em 28,3 pontos porcentuais de agosto para setembro.
O spread é calculado com base na diferença entre o custo de captação de recursos pelos bancos e o que é efetivamente cobrado dos clientes finais (famílias e empresas) em operações de crédito.
O spread médio da pessoa física no crédito livre passou de 41,5 para 41,4 pontos porcentuais entre os dois meses. Para pessoa jurídica, o spread médio passou de 10,6 para 11,0 pontos porcentuais.
O spread médio do crédito direcionado foi de 3,6 para 3,9 pontos porcentuais na passagem de agosto para setembro.
Já o spread médio no crédito total (livre e direcionado) continuou em 18,7 pontos porcentuais do oitavo para o nono mês do ano.
Alta da inadimplência
A taxa de inadimplência nas operações de crédito livre com os bancos continuou sua trajetória de alta gradual em setembro, passando de 3,9% em agosto para 4,0%.
Para as pessoas físicas, a taxa de inadimplência passou de 5,6% para 5,7% de um mês para o outro. No caso das empresas, variou de 1,8% para 1,9%.
A inadimplência do crédito direcionado (recursos da poupança e do BNDES), por sua vez, diminuiu, de 1,2% para 1,1% de agosto para setembro.
Porém, o dado que considera o crédito livre mais o direcionado mostra que a taxa de inadimplência continuou em 2,8% de agosto para setembro.
Endividamento das famílias
O endividamento das famílias brasileiras com o sistema financeiro fechou agosto em 52,9%, perto do recorde da série histórica do Banco Central, de 53,2%, alcançado no mês anterior, julho.
Se forem descontadas as dívidas imobiliárias, o endividamento ficou em 33,5% no oitavo mês, de 33,7% em julho.
O BC afirmou que o comprometimento de renda das famílias com o Sistema Financeiro Nacional (SFN) terminou agosto em 29,4%, ante 28,6% em julho. Descontados os empréstimos imobiliários, o comprometimento da renda ficou em 27,2% no oitavo mês do ano, ante 26,6% em julho.
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