Segundo informações dadas nesta quarta (27) pelo Banco Central, a taxa média de juros cobrados pelos bancos no crédito livre passou de 37,4% ao ano, em março, para 38,1% ao ano, em abril – a maior taxa desde abril de 2019, quando somou 38,3% ao ano.
Porém, as informações continuam defasadas, uma vez que, neste momento, já deveriam estar disponíveis as estatísticas até junho. Segundo o chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, a expectativa é que os dados do quinto e do sexto mês sejam publicados em agosto..
Para as pessoas físicas, a taxa média de juros no crédito livre passou de 49,5% para 50,3% ao ano de março para abril, enquanto, para as pessoas jurídicas, foi de 21,6% para 22,4%. Em fevereiro, eram de 48,1% e 21,5%, respectivamente.
O encarecimento do crédito vem na esteira do aumento da taxa básica de juros, a Selic, pelo Banco Central, como forma de controlar a inflação. A Selic passou de 2% ao ano, em janeiro do ano passado, para 13,25% ao ano, em junho de 2022, o maior patamar em mais de cinco anos.
Outros dados divulgados
Entre as principais linhas de crédito livre para a pessoa física, destaca-se o cheque especial, cuja taxa passou de 127,8% ao ano para 132,7% ao ano de março para abril. No crédito pessoal, passou de 23,6% para 24,1% ao ano. Em fevereiro, eram de 132,6% e 22,9%, nessa ordem.
No crédito livre não estão incluídas as operações de financiamentos habitacional, rural e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
A partir de janeiro de 2020, o BC passou a aplicar uma limitação dos juros do cheque especial, em 8% ao mês (151,82% ao ano). O parcelamento para dívidas no cheque especial é oferecido desde 2018 pelos bancos – a opção vale para débitos superiores a R$ 200.
Nas operações com cartão de crédito rotativo, os juros bancários cobrados das pessoas físicas subiram de 359,1% ao ano, em março, para 364% ao ano, em abril de 2021. Essa é a maior taxa desde agosto de 2017 (428% ao ano).
O crédito rotativo do cartão de crédito pode ser acionado por quem não pode pagar o valor total da fatura na data do vencimento, mas não quer ficar inadimplente.
Os dados divulgados nesta quarta pelo Banco Central mostraram ainda que, para aquisição de veículos, os juros continuaram em 27,2% ao ano de março para abril, de 26,5% em fevereiro.
A taxa média de juros no crédito total, que inclui operações livres e direcionadas (com recursos da poupança e do BNDES), foi de 26,7% ao ano em março para 27,7% ao ano em abril. No quarto mês de 2021, estava em 20,4%.
Por fim, o Indicador de Custo de Crédito (ICC) subiu 0,4 ponto porcentual, para 19,9% em abril ante 19,5% ao ano em março. Em fevereiro, era de 19,4%.
Na prática, o indicador reflete a taxa de juros média efetivamente paga pelo brasileiro nas operações de crédito contratadas no passado e em andamento.
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