Na próxima quinta-feira (14) o Itaú Unibanco (ITUB4), deve lançar, no dia 14 de julho uma unidade própria voltada para a tokenização de ativos.
Mesmo que detalhes sobre a nova unidade ainda não tenham sido divulgados, fontes familiarizadas disseram ao Cointelegraph que irá atuar na mesma linha de negócios já oferecida no Brasil por empresas como o Mercado Bitcoin, por meio do MB Digital Assets e pela Liqi, na qual diversos ativos como fluxo de recebíveis, precatórios, cotas de consórcio, entre outros, são tokenizados.
O tipo de tokenização oferecido pelo Itaú faz com que diversos títulos de um mesmo segmento estejam reunidos em um “pacote”, cujo qual tem um valor máximo de emissão de tokens que, na outra ponta, representa a quantidade financeira de ativos tokenizados.
Além disso, a tokenização tem inicio, meio e fim, ou seja, possui um roadmap extenso de desenvolvimento. Os tokens representa ativos, sendo lançados com prazo para serem recomprados pelo emissor.
Até o momento, não podem ser negociados no mercado secundário em plataformas que não sejam vinculados ao emissor, portanto, provavelmente não será possível comprar um token de um produto do Itaú e negociar em qualquer outra exchange ou em DEXs como na Unisawp.
Trajetória do Itaú no universo cripto
Anteriormente, o Banco Itaú não possuia uma posição muito favorável ao mercado de criptomoedas e, por vezes, encerrou conta de empresas de criptoativos, negociantes no mercado de criptomoedas, vendedores P2P entre outros participantes do mercado.
Em um processo aberto por empresas de Bitcoin no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) o Banco declarou por diversas vezes que não tinha qualquer intenção de ser concorrente das empresas de criptomoedas e, tampouco tinha planos de possuir qualquer produto ou envovimento direto com o mercdo cripto.
Enquanto os advogados do Banco mantinham uma posição crítica ao mercado de criptoativos a instituição financeira aumentava cada vez mais sua exposição ao mercado cripto.
Inicialmente a exposição do Itaú ao mercado cripto se dava apenas pela sua participação societária na XP Investimentos que, por sua vez, possuia produtos com exposição ao mercado de criptomoedas. No entanto, com a aprovação pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) de fundos de investimento e ETFs voltados ao mercado cripto, o banco entrou de vez no setor.
Então, o banco começou a atuar como distribuidor de fundos de criptomoeda ligados inicialmente a Hashdex e depois também com os produtos da BLP.
Em seguida, anunciou um aporte milionário em uma rodada de investimento na Liqi. Mas também fez uma parceria com a exchange Mercado Bitcoin para o lançamento de tokens de recebíveis no banco e que seriam negociados pelo próprio Itaú.
E ançou o Index Blockchain Ações FX IE, um produto que investe em empresas que adotam a tecnologia blockchain, como a Coinbase.
Mais recentemente, em fevereiro deste ano, banco anunciou o lançamento de um produto de investimento voltado ao metaverso, marcando a primeira vez na história que o próprio banco possui um produto que dialoga com o mercado de criptomoedas.
O lançamento em si foi um Certificado de Operações Estruturadas (COE) chamado de “Autocall Metaverso” e tem como foco empresas que oferecem soluções voltadas ao metaverso.
Em entrevista à Forbes, Fernando Beyruti, head do Itaú Private Banking, a intenção da instituição é ampliar a venda, para os clientes, de produtos ligados ao mercado de criptomoedas por meio da integração com outras empresas, possivelmente como faz o Mercado Livre com a Paxos.