De acordo com dados publicados nesta sexta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA, a inflação oficial do país) ficou em 0,84% em fevereiro.
No ano, a inflação acumula alta de 1,37% e, nos últimos 12 meses, de 5,60%, abaixo dos 5,77% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em fevereiro do ano passado, a variação foi de 1,01%.
O maior impacto veio do grupo Educação, com variação de 6,28% (0,35 p.p.). Esta foi mais alta desde fevereiro de 2004, quando teve variação de 6,70%.
Em seguida, vieram Saúde e cuidados pessoais (1,26%) e Habitação (0,82%), que aceleraram em relação a janeiro, contribuindo com 0,16 p.p. e 0,13 p.p, respectivamente.
Por outro lado, Transportes (0,37%) e Alimentação e bebidas (0,16%) tiveram variações inferiores às do mês anterior. Os demais grupos ficaram entre o 0,11% de Artigos de residência e o 0,98% de Comunicação.
“Fevereiro é sempre muito marcado pela educação, pois os reajustes efetuados pelos estabelecimentos de ensino na virada do ano são contabilizados nesse mês. Normalmente, essa alta de educação fica indexada ao próprio IPCA, ou seja, o reajuste das mensalidades é baseado na inflação do ano anterior”, disse Pedro Kislanov, gerente da pesquisa.
Resultados por grupo
Em Educação, os reajustes que tradicionalmente acontecem no início do ano letivo tiveram grande peso na alta. Os cursos regulares subiram 7,58%, puxados pelas altas de ensino médio (10,28%), ensino fundamental (10,06%), pré-escola (9,58%) e creche (7,20%).
Porém, o maior impacto individual no índice do mês veio do subtitem ensino fundamental, com 0,15 p.p. Também se destacaram as altas do ensino superior (5,22%), dos cursos técnicos (4,11%) e de pós-graduação (3,44%).
Em Saúde e cuidados pessoais, a influência veio do aumento de 2,80% nos preços dos itens de higiene pessoal. Após a queda de 5,86% em janeiro, os perfumes tiveram alta de 7,50% e contribuíram com 0,08 p.p. no índice do mês. Além disso, os preços dos produtos para pele subiram 4,54%, com impacto de 0,02 p.p. no IPCA de fevereiro.
Além disso, houve o resultado do plano de saúde (1,20%), que segue incorporando as frações mensais dos planos novos e antigos referentes ao ciclo de 2022-2023.
Em Habitação, a maior contribuição (0,05 p.p.) veio da energia elétrica residencial (1,37%).
As variações das áreas ficaram entre -2,04% em Rio Branco, onde houve redução de PIS/COFINS, até 6,98% em Belo Horizonte, onde as tarifas de uso dos sistemas de transmissão (TUST) e distribuição (TUSD) foram reincluídas na base de cálculo do ICMS, a exemplo do que ocorreu também em outras áreas, como Curitiba (5,94%) e Vitória (4,98%).
Entre os nove grupos de produtos e serviços pesquisados, somente Vestuário apresentou variação negativa (-0,24%). As quedas das roupas masculinas (-0,58%) e femininas (-0,45%) impulsionaram o resultado.
“Esse grupo vinha apresentando sucessivas altas há muito tempo. É natural, portanto, que os preços comecem a baixar”, comentou Pedro Kislanov.
Em Transportes, a maior contribuição (0,05 p.p.) veio da gasolina (1,16%), que foi o único combustível com alta em fevereiro. Etanol (-1,03%), gás veicular (-2,41%) e óleo diesel (-3,25%) tiveram quedas superiores a 1%.
Os preços das passagens aéreas, que recuaram 9,38%, contribuíram para a desaceleração do grupo na comparação com o mês de janeiro (0,55%).
Por sua vez, o resultado do grupo Alimentação e bebidas sofreu influência da desaceleração da alimentação no domicílio, que passou de 0,60% em janeiro para 0,04% em fevereiro.
Houve queda mais intensa nos preços das carnes (-1,22%) e foram registrados recuos nos preços da batata-inglesa (-11,57%) e do tomate (-9,81%), que haviam tido altas no mês anterior (14,14% e 3,89%, respectivamente).
No sentido oposto, o destaque foi o leite longa vida (4,62%), cujos preços voltaram a subir após seis meses seguidos de quedas.
Índices regionais
O IBGE apontou que todas as áreas tiveram alta em fevereiro.
A maior variação foi em Curitiba (1,09%), devido às altas dos cursos regulares (5,97%), da gasolina (3,37%) e da energia elétrica residencial (5,94%).
Já a menor variação foi registrada em Rio Branco (0,44%), onde houve queda de 2,04% da energia elétrica residencial.
INCP com alta de 0,77%
Juntamente com o IPCA, o IBGE divulgou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC teve alta de 0,77% em fevereiro, acima do registrado no mês anterior (0,46%).
No ano, o INPC acumula alta de 1,23% e, nos últimos 12 meses, de 5,47%, abaixo dos 5,71% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em fevereiro de 2022, a taxa foi de 1,00%.
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