O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) registrou desaceleração para 0,47% em maio, após ter alcançado 1,06% em abril, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgados nesta quinta-feira (9).
O indicador acumula alta de 4,78% no ano e de 11,73% em 12 meses.
A maior variação do mês de maio veio do grupo Vestuário, com alta de 2,11% e 0,09 p.p. de contribuição para o IPCA. Já o maior impacto (0,30 p.p.) veio dos Transportes (1,34%), cuja a alta foi puxada pelas passagens aéreas, que subiram 18,33%.
“Vale fazer uma ressalva de que a coleta das passagens aéreas é feita dois meses antes. Neste caso, os preços das passagens aéreas foram coletados em março para viagens que seriam realizadas em maio”, explica o gerente do IPCA, Pedro Kislanov.
Outro destaque em maio foi a desaceleração do segmento de Alimentos e bebidas, que registrou variação de 0,48%, frente à alta de 2,06% em abril.
Kislanov explica que produtos que vinham subindo bastante tiveram quedas expressivas em maio, a exemplo do tomate (-23,72%), da cenoura (-24,07%) e da batata-inglesa (-3,94%). Segundo ele, existe um componente sazonal porque, normalmente, o início do ano é marcado por preços mais altos dos alimentos devido a questões climáticas.
“Agora começamos o período de outono-inverno que é mais seco e permite aumentar a oferta de alimentos e reduzir os preços. Outro fator é que os preços de alguns alimentos, como a cenoura subiram muito, o que faz com que a base de comparação seja muito alta”, esclarece o gerente do IPCA.
Os combustíveis também tiveram desaceleração, após altas expressivas nos preços das refinarias em março, que foram repassadas para o consumidor final em março e em abril. A desaceleração nos preços dos combustíveis (1,00%) em relação ao mês anterior (3,20%), ocorreu devido especialmente à gasolina, que passou de 2,48% em abril para 0,92% em maio.
Habitação registra queda
De acordo com o IBGE, o único grupo a apresentar queda foi Habitação (-1,70%), contribuindo com um impacto de -0,26 p.p. no índice do mês.
A queda deve-se à redução nas contas de energia, pelo segundo mês seguido, em função de mudança de bandeira tarifária. Em 16 de abril, cessou a cobrança extra de R$ 14,20 a cada 100 kWh consumidos, relativa à bandeira Escassez Hídrica, passando a vigorar a bandeira verde, em que não há cobrança adicional na conta de luz.