O primeiro mês de 2023 mostrou que, com a piora das perspectivas fiscais para o Brasil, o interesse dos brasileiros em investimentos no exterior cresceu. Os dados são de uma pesquisa feita entre 3 e 11 de janeiro com assessores da XP ou de escritórios filiados à corretora.
Entre as 418 respostas, a liderança em termos de preferência ficou para os títulos de dívida emitidos no exterior (bonds) com 49%, seguidos pelo dólar (48%), investimento em ações internacionais e aplicações em ETFs (fundos de índice), ambos com 33%, e alocações em fundos internacionais com 32%.
Apenas 12% dos investidores afirmaram que não possuem interesse em investir no exterior – percentual que recuou bastante desde que bateu o pico de 34% em junho de 2022.
De acordo com a pesquisa, no momento de escolha do investimento, cresceu o interesse em alocar em temáticas que envolvem tecnologia, estratégias quantitativas e em práticas com foco ambiental, social e de governança (ESG) na passagem de dezembro para janeiro.
Juntamente, o maior interesse dos investidores seguiu em commodities – correspondendo a 69% das respostas.
Riscos
No referente aos riscos, 70% dos entrevistados citaram a deterioração fiscal como o maior temor de quem aloca em Bolsa neste ano.
O segundo maior risco para o mercado brasileiro em 2023 foi a recessão global (10%), seguido pela alta de juros nos EUA (6%) e no Brasil (5%).
Mesmo acreditando que a chance é grande de ocorre uma recessão nos mercados desenvolvidos, especialistas da XP afirmaram que a reabertura chinesa pode funcionar como um “amortecedor” para a profundidade e a duração dessa desaceleração ao longo deste ano.
Embora a Bolsa possa tirar benefícios com o movimento favorável ao Brasil, a leitura dos investidores é que o momento exige cautela.
O estudo apontou que 74% dos investidores estão com uma alocação mais baixa em renda variável – de até 25% do portfólio – neste início de ano.
Em renda variável, 17% dos clientes estão com alocações entre 25% e 50% da carteira e 7% estão com posições entre 50% e 75%. Apenas 3% possuem mais de 75% do portfólio aplicado em ativos de maior risco.
Sobre o desejo de aumentar a alocação, apenas 16% dos clientes informaram que pretendem elevar o percentual investido em renda variável – o que representa um aumento de dois pontos percentuais em relação ao registrado na pesquisa anterior, feita em dezembro de 2022.
Mesmo sendo cautelosos, o estudo apontou que os investidores aumentaram o interesse em alocar em fundos de renda fixa (71%, uma alta de 6 pontos percentuais), fundos imobiliários (47%, avanço de 4 pontos percentuais) e fundos de renda variável (11%, alta de 4 pontos percentuais).
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