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Inflação dos aposentados supera IPCA em 2022 em quase todas as regiões do país

A inflação para os brasileiros e brasileiras aposentados ficou em 6,4% em 2022, superando o reajuste de 5,93% dado aos beneficiários do INSS que ganham valores acima do salário mínimo.

O IPCA 50+ é um indicador criado pelo economista Arnaldo Lima, diretor do Instituto de Longevidade MAG, ex-secretário do Ministério da Fazenda e ex-diretor da Funpresp (fundo de pensão dos servidores federais).

O índice tem como base a mesma variação dos itens que compõem o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), calculado pelo IBGE e que serve como meta de inflação. No ano passado, o IPCA ficou em 5,8%.

Porém, é feita uma ponderação no peso de cada produto e serviço com base na cesta de consumo para domicílios com ao menos uma pessoa que recebe aposentadoria ou pensão –do INSS, do serviço público ou de previdência complementar, considerando dados da pesquisa de orçamento familiar do IBGE.

A lei estabelece que o valor dos benefícios pagos pelo INSS sejam reajustados anualmente com base no INPC, que mede a inflação das famílias com renda de 1 a 5 salários mínimos. O IPCA, por sua vez, considera domicílios com renda de até 40 salários mínimos.

Aposentados que ganham salário mínimo tiveram reajuste de 7,43% em 2023, o que garantiu aumento real em relação a todos índices. O governo ainda avalia um novo reajuste do mínimo neste ano, de R$ 1.302 a R$ 1.320, a partir de 1º de maio.

Inflação por setor

Comparando os efeitos do IPCA e do IPCA Aposentados por setor, o Instituto chegou nos seguintes dados:

SetorIPCAIPCA Aposentados
Alimentação11,60%12,60%
Habitação0,1%0,7%
Artigos de residência7,9%6,80%
Vestuário18%18%
Transportes-1,3%-4,2%
Saúde11,4%11,5%
Despesas Pessoais7,8%7,6%
Educação7,5%7,5%
Comunicação-1%-1%
Fontes: Instituto de Longevidade MAG e IBGE

Como foi demonstrado na tabela acima, o consumo das famílias com aposentados se concentra relativamente mais em itens como saúde e alimentação. O gasto com transportes, educação e habitação é proporcionalmente menor.

Em 2022, como a inflação foi puxada principalmente pela alta da alimentação, as famílias com aposentados foram mais afetadas.

Embora a inflação dos aposentados tenha ficado abaixo do IPCA 2021, o índice começou a subir mais forte a partir de meados do ano passado.

Inflação por região

Segundo a pesquisa, a perda real de renda ocorreu em 11 de 16 regiões metropolitanas.

Regionalmente, o índice dos aposentados ficou abaixo do reajuste do INSS em Vitória (ES), Curitiba (PR), Porto Alegre (RS), Campo Grande (MS) e Goiânia (GO). Nesses locais, portanto, houve aumento real do benefício.

Enquanto isso, em Belém (PA), São Luís (MA), Aracaju (SE), Salvador (BA), Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP), a perda de renda ficou acima da média nacional.

A inflação por capitais ficou da seguinte forma:

CapitalIPCAIPCA Aposentados
Rio Branco (AC)5,70%6,30%
Belém (PA)5,60%7,20%
São Luís (MA)6,10%7,60%
Fortaleza (CE)5,80%6,30%
Recife (PE)5,80%6,30%
Aracaju (SE)6%7,10%
Salvador (BA)6,30%7,10%
Belo Horizonte (MG)4,60%6,10%
Vitória (ES)5%5%
Rio de Janeiro (RJ)6,6%7,3%
São Paulo (SP)5,80%6,90%
Curitiba (PR)5,30%5,50%
Porto Alegre (RS)3,60%4,60%
Campo Grande (MS)5,20%5,40%
Goiânia (GO)4,30%5,30%
Brasília (DF)6,20%6,30%
Fontes: Instituto de Longevidade MAG e IBGE

Entre em contato com a redação Money Crunch: [email protected]

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