Segundo informações apuradas e divulgadas nesta sexta (20) pela agência de notícias Reuters, o núcleo dos preços ao consumidor do Japão subiram 4,0% em dezembro em relação ao ano anterior. Além de ser o dobro da meta de 2% do Banco Central japonês, o valor é o maior em 41 anos, mantendo as expectativas do mercado de que o BC pode eliminar gradualmente a taxa de juros ultrabaixa.
Porém, mesmo assim, os analistas estão divididos sobre se o Banco do Japão pode aumentar os juros este ano, por conta da incerteza se os salários aumentarão o suficiente para compensar o impacto do aumento do custo de vida e manter a inflação em torno de 2% de forma sustentável.
“As empresas não estão mais tão cautelosas quanto ao aumento dos preços. Podemos ver a inflação acima da meta de 2% do Banco do Japão até o outono deste ano. Mas os salários são fundamentais. Se a inflação permanecer em torno de 2% e o Japão registrar aumentos salariais significativos, o Banco do Japão poderia normalizar a política monetária. Se ele considerar o ritmo de aumento salarial como insuficiente, há uma chance igual de que ele mantenha o curso”, disse Yoshiki Shinke, economista chefe do Dai-ichi Life Research Institute.
O avanço registrado em dezembro ficou em linha com a expectativa do mercado e seguiu um ganho anual de 3,7% visto em novembro. Foi o aumento anual mais rápido desde dezembro de 1981, quando o índice também subiu 4,0%.
O valor excedeu a meta de 2% do banco central pelo nono mês consecutivo, com altas de preços de mercadorias que vão desde hambúrgueres e batatas fritas até ar condicionado.
No caso do núcleo do núcleo, que elimina tanto os custos de alimentos frescos quanto os de energia, subiu 3,0% em dezembro na base anual, acelerando de uma taxa de 2,8% observada em novembro.
Contudo, uma análise mais detalhada dos dados mostra que o Japão ainda não enfrentou o risco de uma espiral de inflação salarial que tem pressionado os bancos centrais dos Estados Unidos e da Europa a aumentar as taxas de juros.
O principal impulsionador foi o preço da energia, que subiu 15,2% em dezembro na base anual, de 13,3% em novembro.
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